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General: O incrível resgate dos mineiros no Chile, a melhor história de 2010
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 01/01/2011 10:12

 

O incrível resgate dos mineiros no Chile, a melhor história de 2010

29 de Dezembro de 2010, 12:35

Sessenta e nove dias depois de ficarem presos numa mina no norte do Chile, 33 mineiros foram resgatados numa operação espectacular e impecável, que se transformou num dos melhores factos de 2010, senão na melhor história do ano. Depois de mais de dois meses da sua libertação, quase todos eles estão prontos para regressar ao trabalho.

No dia 5 de Agosto, à hora do almoço, ocorreu o desmoronamento que os sepultou a 700 metros de profundidade na antiga mina San José, no deserto do Atacama.

Começava, assim, uma das melhores histórias de 2010, que fez o Chile passar por emoções extremas, da angústia dos primeiros 17 dias em que não houve contacto até à grande emoção do final do resgate, no dia 13 de Outubro.

O ano de 2010 foi marcado pela tragédia no Chile, começando com um terremoto devastador e posterior maremoto, que deixaram mais de 500 mortos, finalizando com a morte de 81 presos no incêndio de uma prisão de Santiago. Por este motivo, o resgate dos mineiros representou a nota de esperança do ano.

Após o desmoronamento, os mineiros foram para um abrigo de segurança, onde encontraram apenas algumas latas de atum e um pouco de leite. Sem alternativa, quase no escuro, com um sufocante calor e alimentos escassos, a morte começou a rondá-los.

"Primeiro ouvimos o som quando as rochas caíram, depois veio como um vento e levantou muita poeira. Pensei que não iríamos sair mais", relatou Jimmy Sánchez, de 19 anos, o mais jovem do grupo, à última edição do semanário The Clinic.

"Ver os copos preenchidos apenas pela metade com atum é para enlouquecer alguém. Ficamos muito mal. O encarceramento desespera", acrescentou.

Nos arredores da mina, os seus familiares reuniam-se, perguntando se estavam bem e se tinham ar, luz ou comida, na precariedade do deserto chileno.

Ciente do acidente, o presidente Sebastián Piñera cancelou uma visita à Colômbia e voltou ao Chile. Antes, enviou à mina o seu - então - desconhecido ministro da Mineração, Laurence Golborne.

Um novo desmoronamento dois dias depois fez fracassar a tentativa de um resgate directo, obrigando as autoridades a criar um novo plano: começar com orifícios de 12 cm de diâmetro, assumindo que a libertação não levaria dias ou semanas, mas meses.

A ideia era alimentá-los por essa pequena cavidade enquanto um túnel suficientemente amplo era escavado para retirá-los. Houve várias tentativas fustradas até que, após 17 dias, quando as esperanças diminuíam, eles foram localizados. Pelo pequeno orifício, os mineiros presos enviaram uma mensagem: "Estamos bem no refúgio, os 33".

A história tomou, então, ares épicos. No fundo de uma mina, 33 homens sobreviviam num ambiente escuro, com calor e humidade, enquanto do lado de fora as suas famílias instalavam-se, primeiro com algumas poucas barracas, e depois criando um pequeno povoado baptizado de "Acampamento Esperança", enquanto milhares de jornalistas chegavam.

Sessenta e nove dias depois foi realizada a inédita operação de resgate, que terminou após 22 horas, quando, um a um emergiu numa pequena jaula de metal conhecida como "cápsula Fênix".

Milhares de pessoas seguiram pela televisão a transmissão do resgate, que se converteu num fenômeno midiático comparável com a cobertura da final do Mundial da FIFA na África do Sul.

Os mineiros e as suas famílias - convertidos em celebridades - ficaram sob tratamento médico para recuperarem, sobretudo no aspecto psicológico.

Nesta semana, 14 deles receberam alta, confirmou o psicólogo responsável pelo grupo, Alberto Iturra, à AFP.

"Agora têm que voltar à realidade", disse Iturra, sem detalhar porque os outros prosseguem em tratamento.

Enquanto recuperavam, todos estavam sob licença médica, e por isso recebiam os seus salários. Por isso, agora muitos pensam o que farão com as suas vidas, enquanto outros dão palestras, como Mario Sepúleda, Omar Reygadas ou Raúl Bustos.

Alguns preferiram afastar-se da exposição pública e a maioria não concede entrevistas sem pagamento prévio.

"Eles estão passando bem e se portaram extraordinariamente bem" em suas actividades públicas, acrescentou o psicólogo.

Nem tudo, no entanto, foi felicidade: apenas alguns dias após o resgate, alguns sofreram quadros de angústia e outros que tinham problemas com o álcool excederam, questão que ainda não podem controlar.

"Os que gostam de beber seguem tomando o mesmo que antes. Tiveram suas disputas e diferenças de opinião, mas não mais que outros grupos. Há alguns que estão, inclusive, invejosos da fama de outros", acrescentou.

SAPO com AFP


http://noticias.sapo.mz/vida/noticias/artigo/1116969.html


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