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saopercheiro: FLOR DA HONESTIDADE
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De: percheiro  (Mensaje original) Enviado: 03/01/2011 14:21

Comenta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe do norte do país estava prestes a ser coroado imperador mas, segundo a lei, deveria se casar.


Ciente disso, ele planejou uma "disputa" entre as moças da corte e, eventualmente, outras que se julgassem à altura de sua proposta.


No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, em ocasião festiva, todas as pretendentes e lhes apresentaria um desafio. Uma velha senhora, que servia no palácio há muitos anos, ouviu as conversas sobre os preparativos e se entristeceu, porque a sua jovem filha sentia amor pelo príncipe.


Ao chegar em casa e descrever o fato à jovem, espantou-se ao saber do seu propssito de ir à festa, e lhe perguntou, incrédula:


- Minha filha, você acha que poderá estar lá? Comparecerão as mais belas e ricas moças da corte. Esqueça essa idéia absurda; sei que você deve estar sofrendo, mas não transforme o sofrimento em loucura.


E a filha lhe respondeu:


- Não, querida mãe, não estou sofrendo nem estou louca, porém sei que nunca ele me escolherá. Todavia, é uma oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe e isso já me torna feliz.


Á noite, a jovem chegou ao palácio. Lá se encontravam todas as moças mais belas, com as mais finas roupas, com as jóias mais vistosas; todas elas decididas a ser a futura imperatriz. Então, o príncipe, em meio a grande expectativa as convida:


- Entregarei a cada uma de vocês, uma semente. Quem, daqui a seis meses, trouxer-me a mais bela flor, será escolhida por mim, como esposa e imperatriz.


A proposta do príncipe harmonizou-se com as antigas tradições chinesas, de valorizar muito o "cultivo" de algo, sejam costumes, amizades ou relacionamentos...


As semanas passaram, e a meiga jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, tratava com muita paciência e carinho a sua semente, pois queria que a beleza da flor correspondesse à extensão de seu amor, e isso já a tranqüilizava.


Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que sabia, mas nada brotou. Dia após dia ela via cada vez mais longe o seu sonho, mas sempre mais profundo o seu amor.


Por fim, os seis meses haviam passado e nada nascera. Consciente de que fizera o melhor ao seu alcance, a moça comunicou à mãe que, de qualquer maneira, retornaria ao palácio, no dia e hora combinados, pois não desejava nada além de mais alguns instantes na companhia do príncipe.


Na hora marcada, lá estava, com seu vaso vazio, ao lado das outras pretendentes, cada qual delas com uma flor mais bela com atraentes formas e cores. Ela estava maravilhada, diante do quadro deslumbrante.


Por fim vem o momento aguardado: o príncipe observa cada uma das pretendentes, com o máximo cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele proclama a sua real escolha: a simples e bela jovem seria a sua futura esposa. As pessoas presentes ficaram chocadas, sem entender porque ele escolhera justamente aquela, que nada conseguira cultivar. Então, serena e sabiamente, o príncipe sentenciou:


- Esta foi a única que cultivou uma flor e isso lhe deu o mérito de poder ser uma imperatriz. A flor da honestidade. Todas as sementes que ofertei eram estéreis.


(Autor desconhecido, chinês, possivelmente)



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