Parte do filme gravado em Moçambique
Trata-se do drama entre o tráfico de sangue humano e a morte, numa ficção científica que aprofunda a questão do HIV/Sida no continente africano.
“Kennedy’s Brain” é o título da curta-metragem do realizador alemão Urs Egger, cuja parte das gravações do filme foi feita em alguns pontos de Moçambique. O mesmo baseia-se no livro do escritor Suéco Henning Mankell, que para além ser encenador do Mutumbela Gogo encontra-se, actualmente, radicado em Moçambique.
O filme, de ficção científica, retrata de forma aprofundada a questão do HIV/Sida no continente negro, sobretudo em Moçambique. E mais, faz análise da questão da propagação do vírus causador da sida que, nos últimos anos, tem vindo a atingir contornos alarmantes que, de certa forma, para além de constituírem uma preocupação mundial, são um entrave no processo do desenvolvimento das nações.
A história desenrola-se numa clínica construída algures na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, onde indivíduos de má fé dedicavam-se ao tráfico de sangue humano contaminado pelo vírus causador da sida.
No bairro onde todos pareciam analfabetos, residia Henrik Cantor, filho da personagem principal da cena, a actriz Louise Cantor. Henrik Cantor sabia dos testes que se realizavam na clínica de Xai-Xai. Sabia do perigo que isso constituia à saúde pública, daí que resolve denunciar estes males a um dos seus amigos jornalistas, o que lhe custou a vida. E foi assassinado porque sabia demais.
Quando a mãe recebe o comunicado da morte do filho, decide vir a Moçambique para investigar o caso. Meses depois, a “gang”que assassinou o seu filho termina com a vida do seu marido, como forma de intimidar a sua esposa e obrigá-la a parar com as investigações.
No decurso das investigações, ela descobre ter havido conivência com altas figuras do Estado. Figuras tidas como “intocáveis”, o que, de certa forma, perturba o processo de investigação. aliás, alguns agentes da Lei e Ordem também se encontravam mergulhados no negócio.
Louise Cantor não se deixa intimidar por isso. Continua com o processo de investigação, tendo chegado à conclusão de que, na verdade, seu filho foi assassinado por saber demais e a morte do seu marido foi para intimidá-la.
Com o desenrolar das investigações, já no fim do filme, a “gang” que assassinou o filho e esposo da Louise Cantor fica desmantelada, o que culmina com a detenção dos envolvidos.
José Magagule, um dos personagens do filme, o taxista que recebe no Aeroporto Internacional de Maputo Louise Cantor, mãe de Henrik, diz que para além de basear-se numa ficção científica, o mesmo está cheio de momentos de muita acção e drama.
“É um filme muito interessante. Para além de abordar de uma forma aprofundada a questão do HIV/Sida, ela traz a questão da perseverança, de luta pela verdade e do incoformismo”, disse Magagule.
O filme, tal como avançou actor, já foi estreado nas salas de cinema europeu, estando-se, neste momento, a preparar-se a sua estreia em Moçambique.
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