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No Sul e Centro do país
O Conselho de Ministros decretou, ontem, estado de alerta vermelho institucional, para as instituições que lidam com as calamidades. O objectivo é fazer com que estas instituições estejam tecnicamente preparadas para responder à qualquer situação catastrófica decorrente das inundações.As águas das principais bacias hidrográficas do país, sobretudo no Sul e Centro do país, continuam a subir. Informações fornecidas pela Direcção Nacional das Águas indicam que, no sul do país, por exemplo, a bacia hidrográfica do Limpopo, no distrito de Chókwè, até ao final da segunda-feira passada, continuava acima do seu nível de alerta.
A mesma situação era visível na bacia do rio Incomáti, na província de Maputo que, também, tinha uma tendência crescente.
Igual tendência verificava-se no Centro do país, concretamente na bacia de Púnguè, na região de Mafambisse.
O Norte do país ainda apresentava uma situação de calmia, embora a principal bacia de Nampula estivesse a registar um pequeno aumento do seu caudal.
Entretanto, informações provenientes daquela província nortenha indicam que as águas do rio Mecutane já fizeram três vítimas mortais, das quais duas crianças.
Em contacto telefónico com o nosso diário, João Ribeiro, o director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, instituição credenciada para gestão dos danos provocados por qualquer desastre natural, disse não ter conhecimento das vítimas mortais decorrentes da fúria das águas de Mecutane.
“Até falei com o meu delegado provincial de Nampula, para ver se me confirmava essa informação, mas ele também disse que não tinha conhecimento”, avançou Ribeiro, acrescentando até ter ficado admirado porque, segundo informações da Direcção Nacional das Águas, as bacias hidrográficas do Norte do país, incluindo a província de Nampula, ainda estão muito aquém dos seus níveis de alerta. portanto, não há riscos aos olhos de Ribeiro.
A fonte não refuta a existência de vítimas mortais feitas pelas águas do rio Mecutane, mas não associa esta desgraça às inundações. “Talvez estas pessoas tenham morrido pelo afogamento, quando tomavam banho ou mesmo numa tentativa de atravessar o rio, mas pelas inundações não posso confirmar, porque os rios de Nampula ainda nem atingiram os níveis de alerta”, disse.
João Ribeiro escusou-se a fazer o balanço dos danos provocados pelas inundações no Sul e Centro do país, alegando que estava a preparar uma informação que seria divulgada esta quarta-feira.
Mesmo assim, sabe-se que até ao final da segunda-feira, o INGC confirmava que cerca de 12 mil pessoas já haviam sido afectadas pelas inundações e, até hoje, os números podem ter ganho outros contornos, tendo em conta que as bacias hidrográficas continuam a subir e as cheias já são uma realidade no país e com consequências visíveis ao olho nu.
A Direcção Nacional das Águas disse, em comunicado que, durante os próximos dias, a bacia hidrográfica do rio Zambeze continuaria acima do seu nível de alerta, com tendência para uma ligeira subida.
Para as bacias de Maputo, Incomáti, Limpopo, Búzi e Púnguè, a previsão da DNA indicava que estariam acima de alerta, sendo, porém, que as bacias de Maputo e Incomáti iriam conhecer uma ligeira descida dos níveis dos seus caudais.
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