Page principale  |  Contacte  

Adresse mail:

Mot de Passe:

Enrégistrer maintenant!

Mot de passe oublié?

CAFEZAMBEZE
 
Nouveautés
  Rejoindre maintenant
  Rubrique de messages 
  Galérie des images 
 Archives et documents 
 Recherches et tests 
  Liste de participants
 INICIO 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  Outils
 
POESIA: MAGAIÇA
Choisir un autre rubrique de messages
Thème précédent  Thème suivant
Réponse Effacer le message  Message 1 de 7 de ce thème 
De: isaantunes  (message original) Envoyé: 25/01/2011 08:27

A manhã azul e ouro dos folhetos de propaganda

engoliu o mamparra,

entontecido todo pela algazarra

incompreensível dos brancos da estação

e pelo resfolegar trepidante dos comboios

Tragou seus olhos redondos de pasmo,

seu coração apertado na angústia do desconhecido,

sua trouxa de farrapos

carregando a ânsia enorme, tecida

de sonhos insatisfeitos do mamparra.

 

E um dia,

o comboio voltou, arfando, arfando...

oh nhanisse, voltou.

e com ele, magaíça,

de sobretudo, cachecol e meia listrada

e um ser deslocado

embrulhado em ridículo.

 

Ás costas - ah onde te ficou a trouxa de sonhos, magaíça?

trazes as malas cheias do falso brilho

do resto da falsa civilização do compound do Rand.

E na mão,

magaíça atordoado acendeu o candeeiro,

á cata das ilusões perdidas,

da mocidade e da saúde que ficaram soterradas

lá nas minas do Jone...

 

A mocidade e a saúde,

as ilusões perdidas

que brilharão como astros no decote de qualquer lady

nas noites deslumbrantes de qualquer City.

 

Noémia de Sousa

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/mocambique/nomia_de_sousa.html



Premier  Précédent  2 à 7 de 7  Suivant   Dernier  
Réponse Effacer le message  Message 2 de 7 de ce thème 
De: isaantunes Envoyé: 25/01/2011 08:30
MAGAIÇA Magaíça, ao partir, não se prende mas sofrendo no Rand é que aprende que a mina é inferno, desterro e má sina, que a terra é o céu de quem vive na mina! Vem ver o sol, vem ver, que é morte viver debaixo do chão! Diz, Magaíça, diz, diz adeus à raiz, diz adeus ao carvão... O oiro que a mina te dá não paga a saudade que há no teu coração! É lá fora que correm gazelas, é lá fora que há nuvens e estrelas, que o milho espigado, na seara a crescer. parece que pede que o venham colher! Reinaldo Ferreira

Réponse Effacer le message  Message 3 de 7 de ce thème 
De: helenamarinho Envoyé: 25/01/2011 23:48
hebergeur d'image

Réponse Effacer le message  Message 4 de 7 de ce thème 
De: helenamarinho Envoyé: 25/01/2011 23:48
hebergeur d'image

Réponse Effacer le message  Message 5 de 7 de ce thème 
De: helenamarinho Envoyé: 26/01/2011 00:39
hebergeur d'image Noémia de Sousa Escritora moçambicana, Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares nasceu a 20 de Setembro de 1926, em Lourenço Marques (hoje Maputo), Moçambique, e faleceu a 4 de Dezembro de 2002, em Cascais, Portugal. Poetiza que, numa espécie de postura predestinada, desembaraçando-se das normas tradicionais europeias, de 1949 a 1952 escreve dezenas de poemas, estando muitos deles dispersos pela imprensa moçambicana e estrangeira. Com apenas 22 anos de idade, surge na senda literária moçambicana num impulso encantatório, gritando o seu verbo impetuoso, objectivo e generoso, vincado (bem fundo) na alma do seu povo, da sua cultura, da sua consciência social, revelando um talento invulgar e uma coragem impressionante. Mestiça, revela ser marcada por uma profunda experiência, em grande parte por via dessa mesma circunstância de ser mestiça. A sua poesia, desde logo, se mostrou "cheia" da "certeza radiosa" de uma esperança, a esperança dos humilhados, que é sempre a da sua libertação. Toda a sua produção é marcada pela presença constante das raízes profundamente africanas, abrindo os caminhos da exaltação da Mãe-África, da glorificação dos valores africanos, do protesto e da denúncia. Poesia de forte impacto social, acusatória, a sua linguagem recorre estilisticamente à ressonância verbal, ao encadeamento de significantes sonoros ásperos, à utilização de palavras que transportam o "grito inchado" de esperança. Noémia de Sousa, como autêntica pioneira da Literatura Moçambicana (como assim sempre foi considerada) preconiza - no seu percurso literário - a revolução como único meio de modificar as estruturas sociais que assolam a terra moçambicana. Sempre, e desde muito cedo, pretendeu que o seu povo avançasse uno, em colectivo, em direcção a um futuro que alterasse os eixos em que se fundamentava a atitude do homem, mas sem nunca fazer a apologia da desumanização. Afirmava-se, acima de tudo, africana e apostava fortemente na divulgação dos valores culturais moçambicanos. As propostas essenciais da sua expressão literária vão do desencanto quotidiano, de uma certa amargura, de uma certa raiva, até ao grito dorido, até ao orgulho racial, até ao protesto altivo que contém a pulsão danada contra cinco séculos de humilhação. A grande base do texto de Noémia de Sousa está centrada na eterna dicotomia "nós/outros" - "nós", os perfeitamente africanos; os "outros", as gentes estranhas, os que chegaram a África, os colonizadores. Assim, estes são, sem dúvida, os dois grandes temas da poesia de Noémia de Sousa: se por um lado temos a contínua denúncia da total incompreensão por parte do colonizador, que apenas capta a superficialidade dos rituais, não compreendendo o âmago de África, demonstrando, desta forma, uma visão plenamente distorcida, por outro lado lança-nos em poemas de elogio aberto à raça negra, gritando bem alto e de forma plenamente perceptível que a presença do colonizador em África é sinónimo de força que apenas veio denegrir a imagem daquela terra. Noémia de Sousa fala do orgulho de pertencer a África por parte dos africanos. E por esse mesmo motivo vem afirmar que terão obrigatoriamente de ser os filhos a cantar essa sua mãe-terra (que tanto amam e sentem) - e cantar África tinha forçosamente que ser entendido por oposição à maneira de cantar do colonizador. Nos seus poemas, o "eu" de Noémia de Sousa é entendido como um "colectivo", um povo inteiro que quer ter palavra - o povo moçambicano. Desta forma, a poetiza assume-se como porta-voz daquele povo que é o seu e, dirigindo-se à terra-mãe que os acolhe e protege, ora canta a sua vida, ora lhe pede perdão pela alienação demonstrada ao longo de tanto tempo, ora (mesmo) lhe promete a rápida e definitiva devolução do seu direito a uma vida própria, autêntica. Apesar de breve, porém prolífera, passagem de Noémia de Sousa pelo panorama da literatura moçambicana, a qualidade dos seus textos não deixou, jamais, de ser reconhecida e admirada. Apesar de a escritora ter afirmado sempre que não valia a pena reunir os seus poemas num livro, foi lançada em 2001 uma colectânea da sua obra, intitulada Sangue Negro , em homenagem ao seu 75.º aniversário. http://www.infopedia.pt/$noemia-de-sousa

Réponse Effacer le message  Message 6 de 7 de ce thème 
De: isaantunes Envoyé: 27/01/2011 13:29
Lena, Obrigada! Beijinhos

Réponse Effacer le message  Message 7 de 7 de ce thème 
De: helenamarinho Envoyé: 27/01/2011 15:14
Isabelinha, Obrigada eu, porque me deste a conhecer uma poetisa moçambicana que eu ignorava, e cujos poemas ADOREI! Beijinhos, Lena


Premier  Précédent  2 a 7 de 7  Suivant   Dernier  
Thème précédent  Thème suivant
 
©2025 - Gabitos - Tous droits réservés