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notcias: MIA COUTO - O PRIMEIRO BRANCO
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 30/01/2011 10:02

O que se vê hoje em Portugal é o resultado de uma mistura não selectiva e uniforme de 10 por cento de pretos e 90 por cento de brancos num todo o homogéneo. Trata-se de, facto, de uma nova raça – uma raça que estagnou na apatia e nada produziu de novo em 400 anos de História.

Os portugueses são o povo mais atrasado da Europa porque há séculos que se misturam com os negros.  Quem o afirma é o jornal National Vanguard Tabloid, publicação oficial de uma organização inglesa que defende a “pureza da raça branca”. É curioso que o editorial da publicação tenha escolhido Portugal como o exemplo dos malefícios da contribuição do “sangue negro” para as sociedades europeias e americanas. Racismo assim, às claras, é já muito pouco frequente. O caso é tão raro que vale a pena visitá-lo.

O jornal assenta a sua argumentação em “factos históricos”. Portugal recebeu os primeiros escravos negros em meados do século XV. Dezenas de anos depois, os negros já eram 10 por cento do total da população lisboeta. Essa percentagem viria a crescer para 13 por cento no século seguinte. A pergunta imediata é a seguinte: estes africanos que destino tiveram? Regressaram a África. A resposta é não. Eles foram absorvidos, misturaram-se do ponto de vista genético, social e cultural. Eles ajudaram a construir a Portugalidade. Introduziram valores e dados de cultura. A palavra minhoca é apenas uma de dezenas de outras marcas no domínio linguístico. 

O autor de tal prosa racista do tal tablóide inglês não tem dúvida em identificar nesta mistura de raças e de culturas a razão daquilo que ele chama de  “declínio da sociedade portuguesa. Passo a citar: Os portugueses eram, até então, uma raça altamente civilizada, imaginativa, inteligente e corajosa. Mas devido ao rápido crescimento da população negra e o correspondente declínio dos brancos (cujos machos estavam em viagem longe da Europa) todo esse património de pureza foi adulterado.

Falo deste caso como forma de reconhecer que os preconceitos rácicos são múltiplos e de múltiplas facetas. O mundo não obedece a uma fronteira simples que divide os racistas dos não racistas e que separa vítimas e culpados. Vale a pena, pois, continuar a citar as razões invocadas pelo “National Vanguard”, para a chamada degradação da cultura e enfraquecimento da raça :

O que se vê hoje em Portugal é o resultado de uma mistura não selectiva e uniforme de 10 por cento de pretos e 90 por cento de brancos num todo o homogéneo. Trata-se de, facto, de uma nova raça – uma raça que estagnou na apatia e nada produziu de novo em 400 anos de História.

A culpa desta estagnação, segundo estes neonazis, reside na liberdade com os portugueses se “cruzaram” com os africanos. Isso resultou numa mudança profunda do carácter e da psicologia da nação lusitana. O “National Vanguard” não tem nenhuma dúvida ao afirmar: “os portugueses do século XVII e os dos séculos seguintes são duas raças diferentes”.

Os articulistas advogam obviamente a favor da separação racial. Sociedades como a americana contiveram e contém uma percentagem considerável de negros. Mas essas “souberam” manter uma céptica fronteira entre os grupos raciais. Não houve cruzamento nem mestiçagens. Assim diz o jornal.

Foi essa separação que, segundo a racista publicação, ajudou a manter a capacidade de progresso em países como os Estados Unidos da América. E conclui: não existe evidência nenhuma que a integração dos negros e dos judeus tenham trazido alguma vantagem em qualquer parte do mundo.

Embora estas publicações sejam casos isolados e representem uma faixa desprezível da opinião pública, a verdade é que não é por acaso que o jornal escolheu Portugal como um caso paradigmático. Todos nos lembrarmos do que escreveu Kaulza de Arriaga, quando explicava as maiores capacidades dos europeus do Norte em relação aos do Sul. Os trópicos como evidência de degradação e desumanização é um estereótipo antigo. Essa atitude de arrogância não é sequer nova. Uma parte da Europa há muito que lança sobre Portugal um olhar distante e de superioridade racial. Portugal é, afinal, o país de Eusébio, de Ricardo Chibanga, de Sara Tavares. 

Um episódio antigo ligado ao explorador britânico Livingstone ilustra bem como essa Europa olhava e olha para Portugal. Livinsgtone vangloriava-se ter sido o primeiro branco a atravessar a África Austral. Um dia alguém lhe chamou publicamente a atenção que isso não era verdade. Antes dele já o português Silva Porto tinha realizado tal travessia. Imperturbável, o inglês ripostou:

Eu nunca disse que fui o primeiro homem a fazê-lo. Disse apenas que fui o primeiro branco.



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De: helenamarinho Enviado: 30/01/2011 21:30
Este "National Vanguard" não passa de um pasquim racista, e acima de tudo, neonazi.... Tudo isto é tão ridiculo que nem sequer me fez sorrir. O que é que o Mia Couto viu de interessante neste artigo? Está a divulgar um nojo destes? Puxa vida, tirem-me deste filme !!!!

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De: isaantunes Enviado: 31/01/2011 09:03
Lena, Acho que o Mia pretendeu fazer com que, algumas pessoas, talvez, com entendimento diferente do nosso, fizessem uma refleção (será assim, de acordo com o novo acordo?)!

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 4 de 7 en el tema 
De: helenamarinho Enviado: 31/01/2011 23:03
Isabel, O Mia Couto deve ter ficado tão chocado que resolveu mostrar ao mundo esta indignidade, para que todos a rejeitem...... mas Isabel, é mesmo mau demais..... Por mim, quem escreve estes artigos xenófobos, devia ser punido!!!! Mas parece que na Inglaterra não.... e consideram-se tão evoluídos, não é???? Merecia uma Petição de negação!!!

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 5 de 7 en el tema 
De: isaantunes Enviado: 01/02/2011 21:56
Lena, Não vou tecer comentários, porque foi na Niassaland, ex-colónia de Inglaterra, hoje Malawi, que, ainda criança, percebi que as pessoas eram tratadas de forma diferente, consoante a cor da pele e a esta hora da noite não quero ter más recordações!

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De: helenamarinho Enviado: 01/02/2011 22:06
Isabel, Tens toda a razão. Também vi episódios desses, com "gente" dessa. Como bem dizes, vamos lembrar-nos de coisas boas.... Bjos Lena

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 7 de 7 en el tema 
De: isaantunes Enviado: 02/02/2011 14:15
O meu despertar, para o racismo deu-se, em Dedza, mais propriamente no hotel, quando um grupo de pessoas da Angónia aí se deslocou, para uma confraternização, após um jogo de futebol, entre residentes de um lado e outro, da fronteira. Quase sempre, acabavam em pancadaria, os portugueses reagiam às provocações dos ingleses e enquanto eles ameaçavam os nossos já iam dando. Contudo, naquele dia, tinha corrido tudo bem e procedia-se ao arranjo da mesa, com as iguarias, resultantes das melhores receitas das senhoras, presentes. Eu, sentada, a um canto da sala, ao lado da minha irmã e de outras crianças, estava atenta ao bolo mármore da D. Gina Jorge. Uma delícia, bem colorida, não se ficava pelos tons de chocolate. Quando, finalmente, o vejo a caminho da mesa, reparei numa grande agitação e eis que, o bolo volta ao cesto de onde saira. Momentos depois, as senhoras, portuguesas, arrumaram os farnéis e a minha mãe chamou-nos dizendo que, acabara a festa. Só, no carro, a caminho de uma mata, fiquei a saber que iriamos fazer um piquenique, porque a D. Gina, a nossa querida D. Gina, não tinha sido aceite, no grupo, pelos súbditos de sua magestade, por ser de origem africana. Nesse momento, fiquei muito orgulhosa da minha mãe e de todas as outras senhoras por terem dito: - Sem a D. Gina, não ficamos! Isabel


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