O primeiro autocarro eléctrico português, um investimento de quatro milhões de euros da Salvador Caetano, sai hoje da linha de produção, iniciando uma fase de testes para em Abril estar nas ruas de Gaia a transportar passageiros.
A saída do primeiro autocarro eléctrico nacional 100% eléctrico da fábrica da CaetanoBus, empresa da Salvador Caetano, cerimónia que contará com a presença do primeiro ministro, José Sócrates, assinala uma nova aposta do grupo português em nichos de mercado, que se junta aos autocarros Cobus que circulam nos aeroportos de quase todo o mundo.
O autocarro eléctrico, vocacionado para o transporte nos centros das cidades, aeroportos e grandes superfícies, vai chegar ao mercado a custar cerca de 500 mil euros com as baterias incluídas, um valor que, de acordo com o construtor, "pode ter uma redução com o desenvolvimento do processo de fabrico".
A Câmara de Gaia vai receber, na primeira semana de Abril, o primeiro autocarro eléctrico por um período de três meses, uma fase em que o veículo será monitorizado por técnicos da empresa subsidiária do grupo Salvador Caetano e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Ainda em Abril, segundo a empresa, um segundo autocarro eléctrico estará concluído com destino à cidade alemã de Offenbach, existindo já mais duas encomendas para as cidades de Frankfurt e Wiesbaden.
"Há muito interesse", disse, em entrevista à Lusa, José Ramos sobre a receptividade ao novo projecto da empresa fabricante de autocarros, reconhecida internacionalmente pelos autocarros de aeroporto Cobus.
Este ano, os planos do consórcio, constituído pela CaetanoBus e pela Efacec, prevêem a produção de 10 a 20 autocarros e, em 2012, aumentar a produção "predominantemente para exportação" para 50 autocarros, que dará emprego directo a 60 pessoas.
"A necessidade crescente de veículos não poluentes, principalmente nos centros urbanos" é a principal razão para a Salvador Caetano voltar a apostar nos veículos eléctricos, depois de uma primeira experiência, nos anos 90, em que uma encomenda de oito autocarros de aeroporto para o mercado alemão não ter tido sucesso "devido à fraca fiabilidade que as baterias tinham nessa altura".