Castro Alves um dos meus poetas favoritos, nasceu em 1847, no Brasil e de perto viveu o drama da escravatura que se fazia pelos senhores das grandes fazendas cuja mão de obra eram os escravos, miserávelmente tratados, açoitados amarrados aos troncos onde muitos acabavam por morrer.
A certa altura o poeta e escritor escrevia: Os meios tons! Assinalo a convivência pacífica entre brancos e pretos que vivem na fazenda Cabaceiras, quando o habitual é mandar açoitar costas e nádegas de escravos relapsos, ou respondões, e depois esfregar com sal os ferimentos.
Recorda-te do pobre que em silêncio
De ti fez o seu anjo de poesia,
Que tresnoita cismando em tuas graças,
Que por ti, só por ti, é que vivia,
Que tremia ao roçar do teu vestido,
E que por ti de amor era perdido...
Uma parte de poemas maravilhos deste poeta
Somos nós, meu senhor, mas não tremas,
Nós quebramos as nossas algemas
Pra pedir-te as esposas ou mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este - irmão da mulher que manchaste...
Oh, não tremas, senhor; são teus cães.
Cai, orvalho de sangue do escravo,
Cai, orvalho na face do algoz,
Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz.
E assim vos deico com Castro Alves
São Percheiro