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General: Para pensar: Geração à rasca ou mal habituada?
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De: idalinatome  (Mensaje original) Enviado: 31/03/2011 19:46


Para pensar: Geração à rasca ou mal habituada?


A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.
Foi uma ger
ação com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado ou de quem quer que fosse para se desenrascar.

Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho, o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.


Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.

Foram trabalhar.

Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de vinho ao balcaão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.

Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.

E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao ensino e à formação como ferramentas para o futuro.

Uns
aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me conduz.

Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito
.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.


Não
preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.


Preciso de mim.

Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.


O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.


Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.


Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil prosperidade.
Sentem-se desiludidos.


E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida é um mar de rosas.

Mas não é
.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer coisa.


Mexam-se.

Trabalhem
.


Ganhem dinheiro.

Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...

Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o
tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado emprego "digno".
O tal que dá status.

O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca ?

o trabalhar que isso passa.

à rasca, mesmo à rasca, também já tenho estado.

Mas vou à casa de banho e passa-me.



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Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 2 de 8 en el tema 
De: mariomarinho2 Enviado: 31/03/2011 20:55
............Matéria altamente controversa, e, sobre a qual, já li para todos os gostos e paladares. Reproduzo na íntegra um texto que entronca perfeitamente nesta rubrica. Geração à rasca foi a minha. Foi uma Geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente, pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social. Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%. Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc. A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país ou de ler-lhe a correspondência. Os televisores LED, ou a 3 dimensões eram uns caixotes a preto e branco onde se colocava à frente do ecrã um filtro colorido, mas apenas se conseguia transformar os locutores em ET’s desfocados. Na rádio ouviam-se apenas 3 estações – a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos então os Gato Fedorento, mas dava-nos imenso gozo ouvir Os Parodiantes de Lisboa, ou a Voz dos Ridículos. As Raves da época eram as festas de garagem, onde de ouvia música de vinil e se fumava liamba das colónias. Nada de Bares ou Danceterias. As Docas eram para estivadores, e O Jamaica do Cais do Sodré para marujos. A “Night” era para os boémios. Éramos a geração das tascas, das casas de fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho ou a Vadeca. As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que a nossa juventude enviava lá da guerra aos pais, noivas, namoradas ou madrinhas de guerra. Agora vivem na Internet, ora alimentando números de socialização no Facebook, ora cultivando batatas no Farmville. Os SMS e E-Mails cheios de k e vazios de assentos eram as nossas cartas e postais ou papelinhos contrabandeados nas aulas. As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas por via marítima. Quem não se lembra do Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza - a viagem de ida, quer fosse para Angola, Moçambique ou Guiné. Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes. Coca-Cola e Pepsi? Eram proibidas. Bebia-se laranjada, gasosa ou pirolito. Na minha geração, dos jovens só se esperava que fossem para a tropa ou emigrassem. Na minha Geração o país, tal como as fotografias, era a preto e branco. José-Augusto Tavares

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 3 de 8 en el tema 
De: mariomarinho2 Enviado: 31/03/2011 21:23

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 4 de 8 en el tema 
De: mariomarinho2 Enviado: 31/03/2011 21:25

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 5 de 8 en el tema 
De: mariomarinho2 Enviado: 31/03/2011 21:30

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 6 de 8 en el tema 
De: mariomarinho2 Enviado: 31/03/2011 21:34
As declarações acima, são respectivamente do Deputado Miguel Portas, João Proença, UGT , e 1º Ministro José Sócrates

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 7 de 8 en el tema 
De: nhungue Enviado: 01/04/2011 10:56
GOSTEI IMENSO! MUITO BEM POSTO!

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 8 de 8 en el tema 
De: isaantunes Enviado: 01/04/2011 13:45
Não sei quem é o autor do primeiro texto, com quem concordo, em parte, porque não podemos esquecer que os tempos mudaram. Se alguns jovens, da geração que se diz à "rasca", foram, demasiado, mimados, pelos pais e não têm iniciativa para se "desenrascarem", outros travam grandes lutas no mercado de trabalho, sem certezas de nada. Contratos a prazo que podem ser renovados ou não, de acordo com os interesses da empresa, independemente, do desempenho do colaborador... Em relação aos "doutores", devo dizer que, conheço alguns aos balcões de Centros Comerciais, a conduzirem táxis, a atenderem telefones, enfim, onde conseguem ser aceites, quando não lhes dizem que têm demasiada qualificação, para o lugar. A resposta do Mário, é, quanto a mim, o retrato, fiel, da minha geração que, "vivendo à rasca", pelas razões nele referidas, não tinha, sequer, o direito de mostrar a sua indignação. Foi com alguma emoção que o li. Obrigada à Idalina e ao Mário, por esta reflexão. Isabel


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