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VARIEDADES E HISTÓRIA POSTAL DO NIASSA
Niassa (atual República de Moçambique)
Um erro em gramática é um solecismo
em teologia pode chegar a ser uma heresia
em poesia chama-se um “pé quebrado”
em música é uma desafinação ou “fifia”
em pintura é causa de riso
em arquitetura é causa de ruína
no comércio pode invalidar um contrato e
em FILATELIA pode valer uma fortuna!
AS VIAS DE TRANSPORTE POSTAL PARA O LAGO NIASSA
Podemos considerar, nas primeiras décadas do século XX, a existência de três rotas postais que serviam as regiões limítrofes da parte do Lago Niassa sob a soberania portuguesa:
1. rota terrestre, a partir de Porto Amélia (Pemba)
2. rota mista: fluvial, terrestre e através do Lago (que se convencionou chamar “Via Chinde”)
3. rota terrestre, essencialmente ferroviária, também com passagem pelo Lago Niassa, conhecida por “Via Beira”
Enquanto a primeira rota seguia inteiramente por território moçambicano (ver esquema, fig. 2), as outras duas faziam-se atravessando também o Protetorado de Niassalândia.
As vias fluviais, rios Zambeze e Chire, primeiro, e os caminhos de ferro, depois, tiveram papel de grande importância nas comunicações do mar com o interior, nesta região de África.
A Niassalândia dependia (e ainda depende, em parte) das comunicações com o mar, através de Moçambique, primeiro pelo porto do Chinde e depois pelo porto da Beira.
Uma análise atenta do mapa que se mostra na fig.1, conjugado com a “legenda explicativa” (ao lado), mostra-nos claramente a situação geográfica do Lago Niassa e ajudar-nos-à a interpretar facilmente, em termos de História Postal, os caminhos seguidos pela correspondência.
1 Metangula, 2 Vila Cabral, 3 Metónia, 4 Salima, 5 Mandimba, 6 Fort Johnston, 7 Nova Freixo, 8 Entre-Lagos, 9 Zomba, 10 Blantyre, 11 Chiromo, 12 Port Herald, 13 Chindio, 14 Murraça, 15 Sena, 16 Donana/Mutarara, 17 Chinde, 18 Dondo e 19 Beira.
| C.F.N. – CAMINHO DE FERRO DE NACALA (integrava-se no “Sistema Norte”, dos Caminhos de Ferro de Moçambique) N.E./S.H.R. – NYASALAND RAILWYS – NORTHERN EXTENSIO (Extensão Norte da Nyasaland Railways); com a inauguração deste troço de linha, a norte, de Blantyre (10) a Salima (4), com término junto à margem ocidental do Lago Niassa ficou finalmente estabelecida a ligação direta do grande Lago com o mar, inteiramente por caminho de ferro. S.H.R. – SHIRE HIGHLANDS RAILWAYS (transformou-se depois na Nyasaland Railways – Malawi Railways). O primeiro troço desta linha foi aberto ao tráfego, entre Blantyre (10) e Chiromo (11), em 1907. Reconhecidas as dificuldades de navegabilidade no Rio Chire ou Shire, logo no ano seguinte foi construído novo troço de linha, entre Chiromo (11) e Port Herald (12). Estes dois troços somaram 113 milhas, tendo sido considerada a data oficial da inauguração deste Caminho de ferro, na sua totalidade, 29/3/1908. C.A.R. – CENTRAL AFRICA RAILWAY (foi comprada, tal como a ponte do Zambeze, pelo governo de Portugal, em 1968). Em 1915, agravando-se as dificuldades de navegação nos rios Zambeze e Chire, tornou-se necessário prolongar o S.H.R para sul, tendo-se formado uma nova Companhia, a C.A.R., que começou a operar em 1915, com a maior parte do percurso em território de Moçambique; assim: troço Port Herald (12) à fronteira (16 milhas); troço fronteira à Chindio (13) 45 milhas. A ponte foi aberta à circulação ferroviária em Julho de 1935, com seus 3.677.102 metros de comprimento, estabeleceu a ligação direta da Niassalândia com o mar. Construída entre Sena (15) e Donana-Mutarara (16), a ponte obrigou a algumas alterações nos traçados ferroviários de aproximação, da T.Z.R. e C.A.R. Então, a T.Z.R., do Dondo a Sena, ficou a ter 291km de comprimento, integrando-se a ponte na C.A.R. |
T.Z.R. – TRANS-ZAMBESIA RAILWAY (nacionalizada pelo governo de Moçambique, em 1976). Caminho de Ferro inaugurado em 1/7/1922, inteiramente em território moçambicano, corria de Murraça (14) ao Dondo (18). Murraça situava-se na margem sul do Rio Zambeze em frente do Chindio (13, na margem norte), efetuando-se o transbordo de malas postais, passageiros e mercadorias por um sistema de “ferries”, que era difícil, moroso e dispendioso. Estava assim completa a ligação da Niassalândia com o mar, através do porto da Beira (19), trazendo a linha, também, apreciáveis benefícios para Moçambique. A ligação do Dondo (18) com a Beira (19) fazia-se pela Beira Railway.
É claro que, devido às dificuldades de transbordo Murraça-Chindio (14-13), não se considerava que o Caminho de Ferro trabalhasse com a máxima eficiência e há muito que se pensava na ligação das duas margens do Zambeze com uma ponte. Mesmo assim, devido às más condições de operacionalidade do porto do Chinde (17), em progressivo assoreamento, a T.Z.R. foi um importante impulso para o melhoramento das comunicações na região, dadas as enormes potencialidades do porto da Beira. Estes fatos levaram ao abandono da Concessão Britânica do Chinde, o que ocorreu logo em 1923.
B.R. – BEIRA RAILWAY / CAMINHO DE FERRO DA BEIRA (ao longo dos anos teve várias outras designações)
Quando a folha de selos a ser imprimida tem de entrar mais do que uma vez na máquina, maiores cuidados são exigidos dos técnicos de impressão... Assim, um admissível descuido de entrarem na máquina pela segunda vez uma ou mais folhas voltadas, isto é, ao contrário, dá como resultado uma inversão da imagem, quer se trate de centros ou de sobrecargas, legendas ou ainda de cercaduras (margem).
Por descuidos análogos, como a não entrada certa da folha na máquina de impressão pode resultar desvios de fundos, de imagens, de cores, de legendação, de taxa etc. Como exemplo de tal erro, temos a primeira série de Niassa que foi emitida com o centro invertido, isto é, a imagem da girafa está ao contrário.
selo correto | com centro invertido |
| |
Portanto, toda a série “QUADRO NEGRO” teve o erro de impressão: Inversão de Centro!
Página: Curiosidades Filatélicas!
Provas em Specimen, na cor verde, com sobrecarga em vermelho “WATERLOW & SONS LTD / SPECIMEN”. Nenhum deles foi emitido em preto e verde-oliva, como mostram as imagens abaixo.
- O selo de 2 ½ réis foi impresso em castanho/vermelho (#27)
- O selo de 5 réis foi impresso na cor lilás/malva (#28)
- O selo de 20 réis foi impresso na cor vermelha (#31)
Waterlow Specimen: Waterlow trial color proofs em verde e preto, Waterlow sample sheet of the 1901 giraffe issue in unissued colors, compondo um bloco de 9 selos, com 3 cada 15 réis (#30), 20 réis (#31) e 25 réis (#32). Todos os selos tem uma pequena sobrecarga “WATERLOW & SONS LTD SPECIMEN”. overprint and security punch, unused without gum (no gum as issued), small marginal tear, fine.
Nota: estes selos (acima) não representam erro de cor, pois tal erro provém de serem introduzidas, por engano, em uma chapa de impressão de selo, matrizes de valor diferente daquele a que ela corresponde.
Como exemplo de erro de cor temos o selo abaixo, de 20 réis carmim impresso na cor castanha... Também a emissão de 1910, da série de D. Manuel II, exemplares do selo de 20 réis carmim foram impressos na cor castanha, quando deveriam ter a cor do selo de 25 réis... (não tenho a imagem)
Cartão-postal sobre nativo de Lourenço Marques (Moçambique), com um selo de 5 réis e outro de 20 réis, circulado entre Niassa para a Escócia (Inglaterra), em 1903.... tied by blue Compania Do Nyassa cds, com mensagem “Seated one day at the organ, heavy and ill at ease, etc”.
Período adesivo, cartão-postal ou bilhete-postal (Moçambique), com selo de 25 réis, remarcado com sobrecarga “PROVISORIO” de Londres, circulado entre Ibo (31/01/1905), com trânsito em Dar es Salaam (03/02/1905, então África Alemã – Tanzânia), para Hamburgo (Alemanha), em 01/03/1905.
Inteiro-postal de Moçambique, remarcado NYASSA, com valor facial de 10 réis e selo adicional de 10 réis (#29). Circulado em 1906 entre Niassa para Daressalam - como era chamada a cidade Dar es Salaam na época da África Oriental Alemã (hoje, Tanzânia). Carimbo de chegada na frente. Valor estimado: 195,00 EUR!
Bilhete-postal da Província de Moçambique, remarcado NYASSA, com valor facial de 30 réis (?), com selo adicional de 5 réis (#28)... havia esta notificação: H&G 3.
Erro de Dupla Sobrecarga ou Dupla Impressão
Resulta sempre da dupla passagem da folha pela máquina de impressão. Assim como aparece este erro na série posta em circulação em 1918 e composta de selos da série de 1901 a 1903 com sobretaxa local impressa a preto. Entre eles, o selo de 3 ½ c sobre 25 réis, tenho certeza que teve dupla sobrecarga... (o qual eu não tenho a imagem)
Dupla impressão: Este erro provém também do fato da mesma folha passar duas vezes na máquina de impressão. Se na segunda passagem uma das folhas entrar invertida em relação à outra, resulta então na dupla impressão invertida.
Mas da mesma série: Dom Carlos I (selos de 1901 com sobretaxa e sobrecarga “REPUBLICA”), já encontrei outro erro filatélico: os seguintes selos tiveram a sobretaxa invertida - Yvert: 65, 67, 68, 69, 70, 80 e 81...
Abaixo, #67 (1 ½ c sobre 15 réis), #69 (2 c sobre 20 réis) e #70 (3 ½ c sobre 25 réis), com sobretaxas invertidas. Unused without gum and minor staining...
Abaixo (lado esquerdo), selo 1 ½ centavo sobre 300 réis (Afinsa: 85), tipografado em vermelho, com sobretaxa invertida. Do lado direito, quadra do selo 20 centavos sobre 200 réis (Afinsa: 93), com sobretaxa invertida.
| Última atualização: 05/02/2009 |