Hoje as coisas não estão sendo faceis... mas afinal as coisas não estão mesmo sendo nada faceis...
Me vesti de fantasia e me vi á porta daquela casa vazia onde dormiam os fantasmas que eu mesma criei, afinal de que me queixo?...
Sai um pouco e sem destino nem hora marcada me vi encostada a uma cerca onde cresciam lindas florinhas do campo.
Uma pequena ponte de pedra tôsca cobria aquele pedaço de chão, que segundo dizem os antigos, passa por baixo uma ribeira hoje seca, se chama a ribeira de S. Caetano, e segundo reza a história dos antigos, tinha uma entrada e os garotos passavam por lá, e até se dizia que em caso de guerra, serviria de esconderijo do inimigo.
Já passaram muitos anos, mas ela, a ribeira continua lá, e se um dia uma comporta da Barragem se abre, nos valha Santo António, porque passa mesmo por beixo de uma parte do bairro, mas claro para longe vá o azar...
Depois de ali ter estado usn momentos fui comprar um ramo de flores lindas.
Acabei por entrar no café do costume, Lima Limão, estava cheio, saudei todos, e todos me saudaram com a simpatia do costume.
Lá estava o meu amigo do jornal, que por sinal não estava de pernas para o ar... me olhou e sorriu, como quem diz, "esta já me apanhou"... Mas é simpático, cabelo cor de linho, as mãos um pouco trémulas... Pensei beber o café ao balcão, mas logo um senhor de grande bigodaça puxou da cadeira para me dar lugar... ora gaita, de que iria eu falar, mas logo entendi que era mudo, fiquei atrapalhada, mas logo gesticulando me disse ser Alemão. Pior ainda... então puxou da carteira e me mostrou a foto de uma menina muito pequena, e quando me fitou tinha os olhos cheios de lágrimas... tinha morrido, gaita, lá vou eu abrir as torneiras como de costume... me salvou o telemóvel tocanndo, e aproveitei para num salamaleque lhe agradecer o café que não me deixou pagar... será que voltarei a ver aquele personagem?
São Percheiro, 14 de Maio