Pois é dizem que os poetas são meio loucos, talvez, aliás Fernando Pessoa nos intitulou poetas fingidores, pintores etc...
E vendo bem o poeta não é louco, simplesmente não faz da vida uma tragédia, porque isso ela já é...
Mas me digam, de que serve choramingar pelos cantos da casa quando o curso da água já vai tão cheio...
Só se fala de crise politíca, de bandidos de colarinho branco ou já surrado, de tantas surras que levam... Que tam de bom hoje a actualidade? Informação claro, mas além disso até satura.
Estamos em crise, mas quem? O Zé Povinho? Mas esse sempre esteve, os colarinhos engomados, esses continuam no bem bom... nada lhes falta, e nós? Nos sobra a vergonha e a dignidade.
Então no meio de tanta política eu entreduzo (não muito ao gosto de todos) alguns poemas, e esses pelo menos eu sei que não fazem mal, que não falam de violência, violadores e tantos outros que só servem para baralhar as mentes já cansadas de tanta labuta dos nossos idosos.
Quanto ás crianças nem se fala, é só tiros, cabeças degoladas, e outras coisas mais que só servem para que as nossas crianças não tenham uma meninice calma e tranquila como foi a nossa. Hoje eles crescem sonhando com balas, filmes de terror, e um dia esses meninos que não aprenderam a jogar ao pião, á cabra-cega, ás escondidas... se escondem com medo de serem apanhados...
Então eu prefiro ser a poetisa meio louca, que conta histórias em rimas e prosa: prefiro ser o poeta fingidor que sofrendo muitas vezes na carne, ele empresta aos outros a cor e a alegria da fantasia em pequenos versos de amor.
Passo ao lado das armas, viro os olhos ás guerras, ouço uma boa música, e assim eu vivo um dia de cada vez, como o doente terminal!
E assim vos deixo por hoje com mais uma crónica que hoje não é de rua, boa tarde a todos
São Percheiro 17 de Maio 2011