25/05/2011
Os tripulantes moçambicanos sobreviventes do sequestro da embarcação Vega 5, operado pela Pescamar, regressam dentro de dias à faina, depois de terem exigido um sistema de segurança adequado nos navios, disse à Lusa fonte da empresa. Felisberto Manuel, director-geral da Pescamar, garantiu que os 11 tripulantes, que regressaram ao país em abril, após terem sido aprisionados por piratas somalis em dezembro, serão reintegrados brevemente nas equipas para irem para o mar, mas não avançou se a empresa cedeu às suas exigências. "Os tripulantes regressam ao mar, não posso dizer a data por serem questões internas da empresa. Quanto a questões de segurança, isso é assunto do Ministério da Defesa, mas o que quero garantir é que os tripulantes vão à faina", disse Felisberto Manuel, sem dar mais detalhes. Na semana passada, os marinheiros exigiram como condição para o regresso ao mar, um sistema de segurança adequado, que inclui militares a bordo e navios de guerra, além de helicópteros, para o combate à pirataria. A empresa espanhola Pescanova, acionista da Pescamar, garantiu que estaria a formar membros do exército moçambicano para combater a pirataria, mas o Governo moçambicano desmentiu a informação, alegando que "em Moçambique, a formação dos militares é da responsabilidade do Estado". Entretanto, os tripulantes boicotaram a reunião que havia sido marcada para esta terça-feira com a direcção da empresa, para discutir entre outras questões o seu regresso ao mar e a situação de segurança das embarcações. São escassas as informações da razão do boicote, sendo que muitos ainda não regressaram dos 45 dias de férias, que terminaram a 17 de maio, concedidos pela empresa, para o seu reequadramento social nas comunidades em que vivem. (RM/Lusa)
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