O Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte.
As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.
O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.
A simbologia por detrás das plantas que formam o ramo de espiga:
- Espiga – pão;
- Malmequer – ouro e prata;
- Papoila – amor e vida;
- Oliveira – azeite e paz; luz;
- Videira – vinho e alegria e
- Alecrim – saúde e força.
Minha sogra por exemplo quando eu cheguei da minha terra, me deu o primeiro ramo do dia da Espiga, e cortando uma fatia de pão meteu junto ao ramo, e guardou dentro de um saco, feito isto me disse "deverás quardar nesta gaveta até ao ano que vem", assim fiz, e no ano a seguir abri o saquinho e a fatia de ´pão estava intacta sem uma ponta de bôlor!
Nunca mais desde ai deixei de cumprir esta tradição, e hoje fiquei um pouco triste pois não consegui arranjar o meu raminho da espiga...
Até para o ano.
São Percheiro