Educação deve ser repensada
Os bispos da igreja católica lançam duras críticas ao sistema nacional de ensino, com enfoque para o primário e secundário básico. Em carta pastoral, dirigida às comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa vontade, os bispos dizem ser indiscutível o baixo nível de ensino em Moçambique denunciado pela sociedade. “É elevado o número de alunos que terminam o nível básico sem saber ler nem escrever até os seus próprios nomes”, apontam. Para os católicos, as reformas curriculares que se têm introduzido no país são mal digeridas e representam uma agenda oculta de países de fora. Ou seja, “é inegável a constante introdução de reformas do ensino. Tudo leva a crer que as mesmas (reformas) se destinam antes a obedecer a esquemas impostos de fora, da parte dos parceiros de desenvolvimento, do que ter em conta o tipo da pessoa moçambicana, a sua cultura e, acima de tudo, a sua realidade”, escrevem os bispos. As passagens automáticas são também criticadas. Os bispos entendem que tal procedimento, recentemente introduzido, apenas só engana aos estudantes a que lhes são atribuídos níveis que, na verdade, não os merecem. Mas, em parte, os pais e encarregados de educação são também parte do problema da educação no seu todo, devido ao fraco acompanhamento do processo educativo dos seus filhos. Grave é ainda o facto dos pais não terem a capacidade de denunciar a corrupção que se verifica em algumas escolas, e, às vezes, tornando-se cúmplices.
Na verdade, são vários aspectos que os bispos dizem ser negativos, que mancham a educação moçambicana. Levantam, por exemplo, a questão daquilo que chamam de clientelismo partidário ou favoritismo baseado em amizade no processo de contratação de docentes.
Leia mais na edição impressa do «Jornal O País»
http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade/45-sociedade/14798-bispos-catolicos-atacam-educacao-mocambicana.html