A EMPRESA Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou ontem o cancelamento do concurso de contratação de serviços de consultoria documental para o projecto de construção de um novo terminal de carvão no Porto da Beira com capacidade para manusear 12 a 20 milhões de toneladas por ano. Maputo, Terça-Feira, 2 de Agosto de 2011:: Notícias
Não foram avançados detalhes sobre a decisão, sabendo-se, entretanto, que a empresa está a equacionar vários cenários visando garantir que o projecto ocorra dentro dos prazos previstos e com a qualidade que este tipo de empreendimento exige.
“Estamos à procura de soluções rápidas e eficazes que não comprometam o projecto...”, disse fonte da empresa.
Lançado há menos de uma semana, nos termos do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, o referido concurso público internacional tinha em vista a selecção de uma firma capaz de preparar a documentação do projecto para efeitos de submissão a potenciais entidades com disponibilidade para financiar o empreendimento.
A ideia, segundo dados apurados pela nossa Reportagem, era de contratar serviços de consultoria para assessorar os CFM nas negociações com vista à obtenção de financiamentos para o projecto assim como preparar toda a documentação inerente de modo que o mesmo seja internacionalmente aceite.
A construção de um novo terminal de carvão no Porto da Beira é uma das soluções encontradas para viabilizar o manuseamento do mineral produzido nos campos de produção de Moatize, em Tete, onde se encontram instaladas várias companhias mineiras de diversos países do mundo.
Estimativas que vêm sendo divulgadas nos últimos tempos indicam que nos próximos cinco anos a bacia carbonífera de Moatize poderá produzir anualmente mais de 100 milhões de toneladas de carvão de qualidade alta, números que vão colocar Moçambique como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de carvão.
Numa primeira fase, e considerando a reduzida capacidade das infra-estruturas portuárias visando o escoamento inicial de carvão a partir do Porto da Beira será assegurado transitoriamente através do cais 8 daquele porto, actualmente a beneficiar de obras de restauração de forma a dotá-lo de condições mínimas para permitir o manuseamento de entre 4 e 6 milhões de toneladas anuais de carvão, conforme projecções avançadas pelas mineradoras.
A ideia de se construir um novo terminal de carvão no Porto da Beira tem em vista dar resposta às necessidades de escoamento do carvão mineral que está a ser extraído na província de Tete, cujas operações de exportação deverão iniciar ainda este ano.
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