O facto foi revelado recentemente pela Ministra do Trabalho, Helena Taipo, acrescentando que as grandes empresas envolvidas no programa da indústria de extracção de carvão mineral na bacia carbonífera de Moatize vão iniciar no próximo ano exploração em grande escala, o que, conforme assinalou, vai necessitar de uma mão-de-obra nacional com bastante experiência.
“Estamos a trabalhar com as empresas que vão se dedicar à extracção de carvão nas minas de Moatize para encontrarmos mecanismos de enquadramento dos trabalhadores moçambicanos com grande experiência nas minas da África do Sul e que perderam os seus empregos”, disse Helena Taipo.
Uma delegação do Ministério do Trabalho chefiada pela própria ministra visitou semana passada algumas empresas sedeadas na cidade de Tete e na vila mineira de Moatize para um diálogo com os empregadores com vista a identificar formas de estabelecer um clima laboral saudável e evitar paralisações laborais como a que ocorreu entre os dias 9 e 11 do mês em curso na Mozambic Leaf Tobacco, onde cerca de 1500 operários se amotinaram exigindo, entre outras satisfações, a revisão salarial e transportes.
Segundo a titular da pasta do Trabalho, os investidores internacionais que operam em diversos domínios no nosso país devem cumprir rigorosamente com aquilo que rege as normas laborais dentro dos padrões internacionais, sobretudo a responsabilidade social, que deve constituir matéria de prioridade nas suas intervenções, devendo haver uma reciprocidade de benefícios.
A ministra Helena Taipo mostrou-se animada pelo facto de a província de Tete ter registado desde o ano passado 14 mil novos postos de trabalho, o que considerou de bastante encorajador, uma vez que, conforme assinalou, os grandes projectos ligados à extracção mineral de carvão ainda se encontram na sua fase de implantação.
“Estou muito feliz em saber que há muita valorização da mão-de-obra em Tete, porque dos 14 mil novos postos de emprego oito mil estão ocupados por trabalhadores originários de Tete, quatro mil são de outras províncias e 2257 o são por estrangeiros. Estes dados ainda são preliminares. Vamos no terreno melhor conferir, mas pensamos nós que este é um bom começo e estes oito mil operários carecem de uma formação”, disse a titular da pasta do Trabalho.
Para melhor aproveitamento da mão-de-obra nacional, o Governo está a incentivar escolas de formação técnica e profissional a acelerarem com as suas acções, ao mesmo tempo que nas capitais provinciais estão sendo reactivados os centros de formação técnico-profissional. Por outro lado, as empresas são obrigadas a possuírem centros de formação profissional para ensinar a mão-de-obra local, situação que vai minimizar o índice de desemprego no país.
“Um dos nossos próximos desafios é a formação de trabalhadores locais. Estamos perante uma mão-de-obra que nalgum momento habituou-se à enxada, mas agora o que nós pretendemos é que esta mude o seu estilo de vida e passe a ser operária e isso não é coisa de um ou dois dias, mas sim vai ser um permanente trabalho que nós vamos fazer no entanto que Governo de Moçambique” - referiu Helena Taipo.
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