25/08/2011
Foi ontem, 24, abortada uma tentativa de exportação ilegal de semente de algodão pela concessionária Plexus, com sede em Montepuez, Cabo Delgado, que seguiria no navio “Athens”. Foi descoberto que a carga ia sem a devida autorização, para além de outras irregularidades, entre elas, a falta de certificados de controlo fitossanitário. De acordo com o jornal Notícias, as autoridades portuárias e alfandegárias previam que a operação de descarga dos 37 contentores que iam no navio terminaria ainda no dia de ontem, permitindo que o “Athens” zarpasse para outros destinos. O director provincial da Agricultura, Mariano Caetano Jone, disse ao jornal não ter informações consistentes sobre o assunto, mas prometeu confirmá-las logo que possível, muito embora no recinto portuário se encontrassem funcionários dos serviços por si dirigidos, envolvidos na operação de descarga da mercadoria que ia ser exportada ilegalmente. Por seu turno, o director financeiro da Plexus, Faustino Catingue, é citado a dizer que não achava conveniente partilhar a informação com a Imprensa neste momento em que o processo está em curso, sob o risco de perturbá-lo. “Pessoalmente, acho que se trata de um processo normal que acontece no dia-a-dia, mas não posso entrar em detalhes antes que tenha acesso a tudo o que está à volta do assunto, para além de que ainda não fui autorizado e considero extremamente preliminar o que há como informação neste momento”, disse Catingue. A Plexus, criada em Julho de 2002, na sequência da privatização da ex-Lomaco, dedica-se ao fomento e processamento de algodão, cultura de rendimento para muitos milhares de moçambicanos, sobretudo nos distritos do sul de Cabo Delgado, designadamente Montepuez, Balama, Namuno e Chiúre. Foi no mesmo ano, segundo informação disponível, que a Plexus celebrou um contrato de fomento e extensão rural com o Governo, que lhe concedeu o direito de desenvolver a sua actividade naqueles distritos, considerados área de influência tradicional da respectiva fábrica. Em 2005 a Plexus tornou-se no maior produtor nacional de algodão e na campanha seguinte atingiu o pico, com 34,6 mil toneladas, o que fez com que Cabo Delgado fosse a província maior produtora nacional do chamado ouro branco, destronando, deste modo, a vizinha Nampula. O plano de consolidação e expansão das suas actividades fez com que em Junho de 2006 adquirisse o complexo fabril de Namapa, na província de Nampula, da extinta SODAN, do Grupo João Ferreira dos Santos, alargando os seus direitos de fomento e extensão da cultura do algodão aos distritos de Chiúre e Eráti, este último naquela província. A Plexus, é a primeira e única empresa em Cabo Delgado detentora do selo “Orgulho Moçambicano, Made in Mozambique”, entregue a 21 de Agosto de 2010, numa cerimónia que teve lugar na sua sede, em Montepuez.
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