De acordo com o Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, as embarcações já estão na fase de inspecção, enquanto se aguarda pela conclusão de formação dos respectivos tripulantes para a plena operação.
Falando recentemente sobre o assunto na Beira, o governante acrescentou que o processo deverá arrancar em parceria com uma empresa de navegação de maior calibre para permitir uma perfeita ancoragem das mesmas embarcações. As negociações em curso envolvem a operadora denominada GRENOLTH, especializada na cabotagem regional.
O primeiro navio misto de maior calado tem um peso correspondente a 30 contentores carregados com 24 toneladas cada e está igualmente dotado para carregar 36 contentores com 20 toneladas cada, o equivalente a três fiadas de contentores.
O ministro caracterizou tal facto como um grande desafio para a Marinha Mercante e que impõe a necessidade de revitalizar a cabotagem, sendo um sinal claro de que só com a maior utilização do transporte marítimo podemos reduzir os custos de transporte e dinamizar o escoamento de produtos agrícolas, contribuindo deste modo para a redução da pobreza no país.
Conforme apurámos, a entrada do Estado neste processo deve-se fundamentalmente à privatização das empresas estatais para o sector privado, cujo impacto trouxe algumas convulsões, em que foi mesmo sacrificada a antiga NAVIQUE, a única empresa de cabotagem do Estado no país. Além disso, a cabotagem exige avultados investimentos e o sector privado ainda é muito incipiente em termos de capacidade financeira.
Por conseguinte, o Estado tomou a iniciativa e encoraja o sector privado, adquirindo tais primeiros navios. No entanto, o transporte de carga entre os portos nacionais atingiu, em 1983, o valor máximo de 346 mil toneladas/ano, tendo decaído para o nível actual de 220 mil toneladas.
A Estratégia para o Desenvolvimento Integrado dos Transportes, aprovada pelo Governo, através da Resolução número 37/2009, de 30 de Junho, preconiza que a rede de transportes do país deve ser tal que explore as vantagens de cada modo de transporte, por forma a alargar as opções dos consumidores para o transporte mais barato e seguro, num sistema que seja integrado e com complementaridade.
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