A brasileira Luana Antunes Costa leu “O Outro Pé da Sereia” de Mia Couto e produziu, primeiro para sua dissertação de Pós-graduação, “Pelas Águas Mestiças da História”. Agora a obra é lançada, dia 12, em Maputo.
“Não há conhecer sem lembrar. Mas o conhecer é um engano. E o lembrar é uma mentira”. A ideia é de “O Outro Pé da Sereia”, livro de Mia Couto que a brasileira Luana Antunes Costa “dissertou” sobre ele. Em “Pelas Águas Mestiças da História: uma leitura de “O Outro Pé da Sereia de Mia Couto”, Costa lança um olhar sobre a obra do autor moçambicano, como ela justifica neste ensaio, “a partir da hipótese de que o discurso da mestiçagem está presente na representação das personagens do romance, bem como na articulação da própria arquitectura do texto”.
Segundo Maria Teresa Salgado, professora de Literaturas Africanas da UFRJ, Brasil, em “Pelas Águas mestiças da História”, Luana Antunes Costa “realiza muito mais do que uma mera análise do romance”. Diz Salgado que encontramos nestas “águas” que Luana nos propõe “interpretações marcadas pela clareza, pela criatividade e pela perspicácia”, que permitem a ensaísta guiar-nos literalmente “pelos meandros, jogos e propostas da narrativa miacoutiana, evidenciando os artifícios da mestiçagem que compõe a escrita” do romancista moçambicano.
Teresa Salgado quando faz essa leitura ao ensaio de Luana Costa não resiste colocar “lado a lado” o que a brasileira escreve sobre o moçambicano e o que este expõe nesse “outro pé da sereia”.
“Nessa viagem, seu texto analítico posiciona-se efectivamente ao lado do texto ficcional enfocado, revelando uma pesquisadora com todos os sentidos atentos para as pistas que o romance nos oferece, fazendo-nos pensar continuamente na função criadora que nós leitores podemos desempenhar se, de facto, confiarmos no texto literário.”
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Águas mestiças da história
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