29/09/2011
![Piratas_radiomocambique.jpg](http://www.radiomocambique.com/rm/noticias/articlefiles/10475-Piratas_radiomocambique.jpg) O risco de pirataria marítima no Canal de Moçambique tem vindo a aumentar, defendem especialistas internacionais, que consideram que a região pode tornar-se numa base para assaltos a navios, anunciou hoje (quinta-feira) a Agência Lusa. Recentemente, dois incidentes junto das ilhas Glorioso, ao largo da costa de Madagáscar, vieram acentuar o risco dos movimentos marítimos na região. O primeiro incidente registou-se a 21 de Setembro, quando um porta contentores foi alvo de uma tentativa de assalto por duas lanchas rápidas, cada uma com "três ou quatro pessoas" a bordo. Segundo a agência Neptune Maritie Security, os assaltantes desistiram ao fim de 25 minutos de perseguição, depois do navio "ter feito manobras evasivas e aplicado medidas anti-pirataria". No segundo caso, a 24 de Setembro, um cargueiro detectou a presença de duas lanchas rápidas que se aproximaram até uma distância de 300 metros, mas desistiram de mais acção quando viram elementos armados da segurança a bordo do navio. Neste caso, a tripulação constatou que os piratas estavam armados com lança granadas RPG-7s. Os incidentes ocorreram na mesma semana em que um analista sul-africano alertou em Pretória para a eventualidade da pirataria estar a "descer" da Somália para o Canal de Moçambique. "Ambos os lados do Canal não são muito povoados, são fracamente policiados e há ali um grande movimento marítimo", disse Helmoed-Römer Heitman, analista de defesa e correspondente da revista Janes na África do Sul, falando num seminário sobre pirataria. Segundo acrescentou, haverá diferenças de fundo entre os piratas que actuam na Somália e os que poderão estar a instalar-se no Canal de Moçambique. A inexistência de Governo e de autoridade convencional garante aos somalis tempo para aguardarem pelos resgates, enquanto os piratas do Canal terão que, mais cedo ou mais tarde, enfrentar qualquer tipo de autoridade e não têm tempo para esperar pelo pagamento das verbas exigidas, defendeu Heitman. Então, concluiu, eles provavelmente não sequestrarão os tripulantes, optando por matá-los, saquear os barcos e afundá-los. Na região do Canal, que separa Moçambique de Madagáscar, a vizinha África do Sul é o único país que dispõe de marinha de guerra eficaz. (RM/Lusa)
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