Café Portugal; Imagem - «Fado», de José Malhoa (1910) | quarta-feira, 16 de Novembro de 2011
A
candidatura apresentada à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) obriga a um programa que, no caso concreto, aponta, entre outras medidas, para a implementação de um
plano de salvaguarda integrada do património do Fado. O documento explana cinco áreas programáticas: Envolvimento da Sociedade Civil (rede de cooperação institucional); Educação/Formação (implementação de Programas Educativos com a participação de artistas, autores, músicos e construtores de instrumentos); Edição/Investigação (programa editorial de fontes históricas, musicais, poéticas, iconográficas, sonoras, outras edições literárias). Completa-se com a dinamização e revitalização de espaços tradicionais de Fado e com acções de promoção no plano nacional e internacional.
Recorde-se que o projecto de candidatura do Fado à Lista Representativa do
Património Cultural Imaterial da Humanidade foi inicialmente lançado em 2005, após Portugal ter ratificado a convenção da UNESCO para preservar formas de expressão cultural como ritos, danças, músicas, que não entram na classificação de património com corpo físico.
Diz a Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade da UNESCO: «O património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é permanentemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e a sua história, proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade humana».
Desta forma, caso no final de Novembro a agência da ONU conceda o estatuto de património imaterial, o Estado português ficará comprometido a preservar a história e fontes daquele género musical. Entre as obrigações implícitas estará a criação de um arquivo sonoro.
Recorde-se que a candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade é coordenada pela Empresa municipal de Gestão dos Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), através do Museu do Fado, em parceria com o Instituto de Etno-Musicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A candidatura tem como «embaixadores» os fadistas, Mariza e Carlos do Carmo e na Comissão Científica a participação de Rui Vieira Nery (Presidente, INET-MD), Salwa Castelo-Branco (INET-MD), Sara Pereira (EGEAC/Museu do Fado).
Fado - Comité de peritos da UNESCO inicia análise de candidaturas a Património Imaterial da Humanidade
O VI Comité Inter-Governamental da UNESCO, que analisará a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, já começou em Bali, na Indonésia, decorrendo até dia 29 de Novembro.
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«O país e o Fado estão a reconciliar-se» - Sara Pereira, directora do Museu do Fado
A internacionalização do fado, a afirmação deste género musical através da Língua, da poesia e da cultura, bem como a preservação do património da música portuguesa são apenas alguns dos objectivos destacados pela Directora do Museu do Fado. Sara Pereira, membro da Comissão Científica da candidatura do Fado à Lista do Património Imaterial da Humidade da UNESCO, falou ao Café Portugal sobre a iniciativa e garante que «esta não é a candidatura do Fado de Lisboa, mas sim uma candidatura nacional».
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Fado - Reunião de análise de candidaturas a Património da Humanidade começa a 22 de Novembro em Bali
O VI Comité Inter-Governamental da UNESCO, que analisará a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, começa na próxima terça-feira em Bali, na Indonésia, decorrendo até dia 29. Os delegados deverão analisar um total de 49 candidaturas, entre elas a portuguesa.
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Associação Amigos do Fado - Classificação do Fado a Património Imaterial é «mais-valia para Portugal»
A inscrição do Fado na lista do Património Imaterial da Humanidade «será uma mais-valia não só para o Fado, mas também para Portugal», defende a Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF). Esta entidade entende que a candidatura relançou o interesse em torno do Fado.
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Fado a Património Imaterial - «Será muito difícil outro desfecho que não a distinção»
A afirmação é do presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, o musicólogo Rui Vieira Nery. O responsável justifica-se com o consenso generalizado que a candidatura reuniu. A UNESCO anuncia a decisão no final de Novembro.
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Fado - Investigadores cépticos face às vantagens de eventual reconhecimento como património imaterial
Os investigadores e fadistas Vítor Duarte Marceneiro e Daniel Gouveia afirmam-se cépticos quanto às vantagens para o Fado, caso a sua candidatura a património imaterial da humanidade saia vencedora. Sublinham, ainda, que investigação sobre o Fado tem-se revelado «repetitiva, sem coisas novas».
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Fado - Candidatura à UNESCO para «erradicar» ignorância
«Erradicar» a ignorância sobre o Fado é o principal objectivo da candidatura a Património da UNESCO, projecto que mexe com a comunidade fadista onde, se é unânime que o Fado merece a distinção, também há quem esteja contra a candidatura.
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Livro - «O fado já há muito que é património de quem o sente»
Samuel Lopes, autor de «Fado Portugal - 200 Anos de Fado», não hesita ao afirmar que a canção nacional «talvez seja o mais elevado património cultural português» e «de quem o sente». Procura prová-lo num livro que é uma viagem pela história e protagonistas, assinalando um percurso de dois séculos em torno do fado. Isto numa altura em que Portugal aguarda o veredicto da UNESCO sobre a elevação deste género musical a Património Imaterial da Humanidade.
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«FadoaoCentro» - Promover o Fado de Coimbra para manter legado
Seja através do canto, da poesia ou das guitarras portuguesa e clássica, em Coimbra, o Fado continua a ser valorizado fazendo jus à história cultural que carrega. O projecto «FadoaoCentro» promove este género musical, enraizado nas culturas coimbrã e tradicional portuguesa. João Farinha, um dos dinamizadores da iniciativa, garante que o Fado coimbrão tem sido «muito pouco valorizado».
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Braga - Das mãos de José Gonçalves nascem violas de cordas alegres
Aos 42 anos, José Gonçalves ganha a vida a construir instrumentos de cordas tradicionais, da guitarra portuguesa às violas braguesas, campaniças, beiroas, amarantinas. Desde 1993 que o artesão mantém vivo, em Braga, o ofício que aprendeu com o pai. Um negócio de portas abertas há 55 anos, sempre com «alegria» e «ao som das cordas».
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