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General: Principais acontecimentos ambientais de 2011
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 29/12/2011 12:39

Principais acontecimentos ambientais de 2011

O ANO 2011 foi ecologicamente problemático, com níveis recordes de gases com efeito de estufa, o derretimento do gelo do Árctico no máximo quando comparado com os níveis verificados em 2007 e a temperatura média global a atingir o 11º lugar entre as mais altas de todos os tempos.
Maputo, Quarta-Feira, 28 de Dezembro de 2011:: Notícias
 

Na superfície, o ano foi marcado por extremos de calor e frio sem paralelos nos Estados Unidos da América, secas e ondas de calor em África e na Europa, para além do número recorde de desastres naturais relacionados com a mudança do clima.

Foi ainda ao longo do presente ano que a população mundial atingiu os sete biliões de pessoas, e no qual ocorreu o segundo pior desastre nuclear de todos os tempos. Mas também 2011 foi marcado por investimentos recordes em energias renováveis.

Os 41 indicadores sobre o ar e a superfície usados pela Administração da Atmosfera e Oceanos (NOAA), órgão americano, mostraram, de forma inequívoca, que o mundo continuou a aquecer ao longo de 2011. Em Julho último, um relatório do NOAA apontou que os últimos 300 meses foram todos de temperaturas acima da média e que os 13 anos mais quentes da história estão entre os últimos 15 anos desde 1997. O ano de 2011 também se destacou nesse sentido porque tivemos a ocorrência de La Niña, um fenómeno natural de resfriamento oceânico que, normalmente, reduziria as temperaturas.

Apesar da recessão económica que afectou diversos países industrializados, as concentrações de dióxido de carbono (CO2), medidas em Mauna Loa, no Havaí, atingiram picos de mais de 394 partes por milhão em Maio e estão agora 39 porcento acima do que no início da Revolução Industrial. Estas concentrações do CO2 aproximam-se do ponto no qual alguns cientistas acreditam que se tornará impossível conter o aquecimento global.

Em Setembro, a universidade de Bremen, na Alemanha, relatou que a camada de gelo do Árctico atingiu uma nova baixa, entretanto recorde, baseada em dados de um sensor japonês instalado no satélite Aqua, da Agência Espacial Americana (NASA).

Dias depois, usando outros números, o Centro de Dados para Neve e Gelo dos Estados Unidos publicou dados relacionados com o degelo do Árctico, o que fez com que 2011 fosse o segundo ano pior do que já tinha sido medido.

Christophe Kinnard, do Centro de Estudos Avançados sobre Zonas Áridas, em La Serena, no Chile, afirmou em Novembro que a duração e a magnitude do actual declínio do gelo oceânico “parece não ter precedentes nos últimos 1450 anos”.

2011 foi descrito por vários académicos como sendo o dos tornados. Entre Janeiro e Junho, 43 grandes tempestades lançaram quase 1600 tornados nas regiões Sul, Leste e Central dos Estados Unidos.

Tudo parece estar com tendência em crescendo – temperatura da superfície, da atmosfera, e também dos oceanos. Esse último está a aquecer e a levar uma quantidade maior de águas aquecidas e salinas ao Árctico.

Enquanto, em 2010, a Europa Oriental, Rússia, Paquistão e Oriente Médio sofreram os piores eventos de clima extremo, em 2011 foi a vez da América do Norte. O continente experimentou enchentes de grande magnitude ao longo dos rios Mississippi e Missouri, incêndios recorde e secas incapacitantes no Sul.

Em 2011, mais de 2942 recordes mensais de calor e frio extremos foram quebrados nos 50 estados americanos, disse o Conselho de Defesa de Recursos Naturais.

Os custos dos desastres relacionados com o clima dispararam. Os Estados Unidos da América experimentaram 14 desastres diferentes, cada um ao custo de um bilião de dólares. No total, as perdas financeiras foram estimadas em 50 biliões.

“De várias maneiras, 2011 reescreveu o livro dos recordes. Foram tempestades de neve desastrosas, a ocorrência do segundo tornado jamais visto, enchentes épicas, secas e ondas de calor, a terceira mais intensa temporada de furacões também jamais registada. Nós fomos testemunhas de eventos climáticos extremos em praticamente todas as categorias do mau tempo”, disse o porta-voz do NOAA, Christopher Vaccaro.


O Ano dos tornados e das cheias

Maputo, Quarta-Feira, 28 de Dezembro de 2011:: Notícias
 

O ano 2011 foi descrito ainda por vários cientistas como o “ano do tornado”. Entre Janeiro e Junho, 43 grandes tempestades lançaram quase 1600 tornados nas regiões Sul, Leste e Central dos Estados Unidos. Metade destes teve lugar em Abril e 226 foram ocorrendo diariamente, sempre um atrás do outro.

Mas 2011 também foi o ano das chuvas torrenciais. O ano começou com uma devastadora enchente na Austrália que cobriu uma área do tamanho da França e da Alemanha combinadas, e acabou com a tempestade tropical Washi matando quase mil pessoas e deixando 300 mil desabrigados nas Filipinas.

As piores enchentes da Tailândia em 50 anos reclamaram 730 vidas, a seca do norte da China, que começou em 2010 e avançou 2011 adentro, foi a pior seca a atingir o país em 60 anos.

Enormes secas afectaram algumas das comunidades mais pobres e mais ricas do mundo. A pior seca em 60 anos atingiu mais de 10 milhões de pessoas e levou a morte de milhares de pessoas e milhões de animais na Somália e no corno de África.

Entremeadas, o Texas foi gravemente atingido por ondas de calor e seca. A cidade de Austin teve 27 dias de temperaturas acima dos 38º Celsius, bem como 90 dias em que a temperatura ultrapassou esse limiar.

O Serviço Florestal do Texas afirmou que as secas contínuas deitaram a baixo entre 100 e 500 milhões de árvores, um número que não inclui as árvores destruídas por incêndios, que incidiram sobre 1,6 milhão de hectares naquela região.

O ano começou e terminou com secas e temperaturas recordes na Europa. A temperatura média no norte da Noruega em Novembro foi 5,3º Celsius acima do normal, o rio Danúbio manteve o seu nível mais baixo em 60 anos, e a Alemanha e boa parte do norte da Europa tiveram o ano mais seco desde que iniciou-se a sua medição em 1881.

O tsunami do Japão e a energia nuclear

Maputo, Quarta-Feira, 28 de Dezembro de 2011:: Notícias
 

O ano prestes a findar foi também de terramotos excepcionais. Durante sete semanas, isto é entre 1 de Janeiro e 21 de Fevereiro, países como Argentina, Chile, Irão, Paquistão, Tajiquistão, Tonga, Burma, Ilhas Salomão, Sulawesi, Fiji e Nova Zelândia foram todos atingidos terramotos.

Mas, de longe, o terramoto de maior estrago foi o do Japão, que provocou o tsunami que causou os maiores estragos naquele país em Maço de 2011. Ele causou a morte 15.500 pessoas, o derretimento de três reactores nucleares na central de energia Fukushima Daiichi e fez com que 160 mil pessoas fossem obrigadas a refugiar-se em áreas aparentemente mais seguras. Estima-se que o custo tenha chegado a cerca de 210 biliões de dólares em danos físicos e produção perdida, e que a desactivação da central nuclear de Fukushima gaste cerca de 15 biliões de dólares, para além de que vai levar cerca de 40 anos.

O debate sobre os níveis de radiação ainda está “quente” no Japão. Mas enquanto a indústria, apoiada por académicos ocidentais, minimiza as consequências da radiação, a verdade acabou mostrando que os níveis de radioactividade foram 50 milhões de vezes superiores às previsões, isto fora da região de Fukushima.

À medida que 2011 termina, ainda está difícil medir com precisão o grau de devastação, o quanto derreteram os reactores e os níveis exactos de radiação.

Há dias, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, disse que os proprietários das centrais nucleares tinham, finalmente, conseguido fazer o seu “esfriamento”.

Uma consequência clara do desastre de Fukushima foi levar países europeus a começarem a declinar a energia nuclear. Em Maio último, a chanceler Alemã, Angela Merkel, afirmou que implementaria até 2022 o encerramento progressivo das centrais nucleares do seu país.

A Itália votou contra novos reactores e o governo suíço decidiu desligar progressivamente as suas centrais nucleares.

Da Conferência de Durban à sobrevivência do Amazónia

Maputo, Quarta-Feira, 28 de Dezembro de 2011:: Notícias
 

Na batalha global contra a perda de florestas, os ambientalistas receberam bem os dados de satélite do Brasil que demonstram que o desmatamento na Amazónia caiu para o menor nível em 23 anos. Há o receio de que as novas leis aprovadas em Dezembro, se confirmadas, poderão permitir que se continue a derrubar mais árvores que se encontram próximas aos rios no cimo das bacias hidrográficas.

Em Julho, o Programa Ambiental das Nações Unidas anunciou que os investimentos na área das energias renováveis cresceram 32 por cento em 2010, atingindo um recorde de 211 biliões de dólares desde 2004. Pela primeira vez, esse investimento nos mais dinâmicos países em desenvolvimento foi maior do que o ocorrido nos países desenvolvidos.

O serviço da Bloomberg de Finanças para Novas Energias disse que os investimentos em energias renováveis devem dobrar nos próximos oito anos e atingir 395 biliões de dólares ao ano em 2020. As más notícias são que a Agência Internacional de Energia (IEA) afirmou que isso não será suficiente para estabilizar as emissões e controlar as mudanças climáticas.

O senso de realismo da Agência Internacional de Energia foi realçado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. As negociações em Durban, na África do Sul, evitaram uma racha maior entre os grandes emissores e os demais países, com um acordo entre 194 países para desenvolver esforços em direcção a uma proposta vinculativa para o corte de emissões de gases com efeito de estufa. No entanto, o encontro terminou apenas promessas de cortes voluntários pelo momento.

“Sem um compromisso muito mais forte para os próximos 5-10 anos, o resultado de Durban vai deixar nada além de fumaça e espelhos – uma ilusão de ambição sem objectivos reais ou datas de implementação claras”, disse Nnimmo Bassey, chefe do Friends of the Earth International.

Os negociadores também se concentraram em estabelecer mercados de carbono para protecção de florestas.

Ainda no concernente à área da conservação, Camboja, Índia, Indonésia, Laos, Burma e Nepal protegeram mais dois milhões de hectares de terra para tigres. A Índia – onde está metade dos tigres do mundo – estimou que a população aumentou de 1.411, em 2007, para actuais 1.706.

Entretanto, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) anunciou que somente 18 a 22 tigres siberianos sobrevivem em áreas selvagens no Norte-Leste da China.

Inesperadamente, houve um aumento significativo da população de gorilas registada nas montanhas Virunga, que se dividem entre Ruanda, República Democrática do Congo e Uganda. Um levantamento do WWF contou 480 indivíduos, um aumento de 100 desde a última contagem de 2003.

Um outro triunfo para a conservação, o programa de Desenvolvimento das Nações Unidas anunciou este mês que foi possível arrecadar mais de 100 milhões de dólares, principalmente em países latino-americanos, para, temporariamente, deixar sob o solo 900 milhões de barris de óleo no parque nacional do Yasuni, na Amazónia Equatoriana.

 

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1355385



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