Antoinette Monsio Sayeh, Directora do Departamento Africano no FMI, que até ontem vinha visitando Moçambique, disse, em Maputo, que um crescimento inclusivo passa, entre outros aspectos, pela melhoria do ambiente de negócios e maximização dos ganhos fiscais dos projectos de exploração de recursos naturais.
“O Governo fez uma boa articulação das suas políticas para enfrentar a crise internacional, mas o crescimento ainda não é abrangente”, disse aquela dirigente do FMI.
Outras componentes importantes recomendadas por Antoinette Sayeh estão relacionadas com a boa governação e combate à corrupção, embora reconheça, neste última componente, alguns avanços, sobretudo no que diz respeito à produção legislativa sobre a matéria.
“A educação e a formação são também elementos-chave para uma sociedade de crescimento inclusivo”, frisou Antoinette Sayeh, falando em conferência de Imprensa no último dia de visita ao país.
Instada a dar o seu parecer em relação ao impacto das zonas económicas especiais no desenvolvimento do país, Antoinette Sayeh referiu que este tipo de estratégia tem o mérito de proporcionar algum equilíbrio em matéria de melhoramento do ambiente de negócios. Todavia, a sua desvantagem está no facto de ser localizado.
Numa altura em que a Europa está mergulhada numa crise económica profunda, impõe-se aos países em desenvolvimento, incluindo Moçambique, a adopção de estratégias com vista a reduzir a sua dependência externa para evitar que sejam afectados por uma eventual baixa de ajuda.
Não é o caso de Moçambique, porque os parceiros de cooperação internacional confirmaram os seus desembolsos para 2012, mas o FMI entende que é preciso que todo o tipo de precauções seja tomado.
Tendo em conta a deterioração da situação económico-financeira da Europa, o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento em África, particularmente nos países como África do Sul com uma ligação comercial forte com o “velho continente”.
Durante a sua estada em Moçambique, a dirigente do FMI manteve encontros com membros do Governo, com destaque para o Primeiro-Ministro, Aires Ali, com quem discutiu aspectos relacionados com a priorização da despesa pública.
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