A State Grid está interessada na construção da futura rede de transporte de electricidade de Moçambique, que ligará o centro ao sul do país, segundo informações apuradas pelo Diário Económico. Um projecto que há muito se encontra no radar da REN. O ‘know how ‘ e a capacidade financeira são os trunfos do gigante chinês.
Com um custo preliminar de 1,7 mil milhões de dólares (1.259 milhões de euros), esta infra-estrutura transportará energia desde Tete até aos grandes centros de consumo. Concluídos os estudos de viabilidade suportados pelo Banco Europeu de Investimento, o Governo moçambicano está a detalhar os vários troços que irão compor a rede de transporte, a que se seguirá a fase de mobilização dos financiamentos e o lançamento das respectivas concessões. O objectivo é concluir esta infra-estrutura até 2016.
A entrada no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa é apontada, por fonte conhecedora do processo, como uma alavanca para aceder a este projecto. Esse cenário tinha sido já admitido pelo presidente de Moçambique na recente visita a Portugal, destinada a fechar o acordo para a venda dos 15% que o Estado português mantém em Cahora Bassa. Uma fatia a repartir entre a REN e Moçambique, mas cujo negócio não se concretizou por falta de entendimento quanto ao preço. "Temos a REN interessada em comprar 7,5% daquilo que vai restar de Cahora Bassa", explicou Armando Gebuza. "Com isso, a REN poderá participar na espinha dorsal, na linha de transporte de electricidade que vai de Tete a Maputo. Ainda é cedo para definir em que termos vai acontecer. Vai ser uma negociação a nível empresarial."
O processo de Cahora Bassa mantém-se inalterado, embora a adida comercial da Embaixada de Moçambique em Lisboa se tenha manifestado, esta semana, optimista quanto ao acordo. Filomena Malalane só não arriscou uma previsão de prazos.