Maputo, 1 FEV (AIM)- Os clientes da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) – Área Operacional de Distribuição de Tete, centro- noroeste de Moçambique, devem mais de 30 milhões de meticais pelo consumo de energia eléctrica nos últimos dois anos.
Segundo o director da EDM em Tete, Lourenço Cunha, citado pelo Jornal Notícias, mais de 80 porcento do valor em dívida é das instituições do Aparelho do Estado.
A fonte disse que a direcção da empresa está a envidar esforços no sentido de recuper os montantes em dívida.
Contudo, segundo Cunha, a recuperação do dinheiro está a ser difícil devido à morosidade na sua liquidação, sobretudo por parte de algumas instituições estatais na província influenciando, desta forma, para o deficit nas contas da empresa.
“Desde o ano de 2010 que estamos atrás do nosso prejuízo. Iniciamos uma campanha de sensibilização dos clientes no sentido destes pagarem os seus consumos de energia eléctrica. No entanto, porque nem sempre encontramos uma resposta positiva, em alguns casos, tomamos medidas coercivas para a recuperação dos nossos valores, nomeadamente através do corte de fornecimento de energia eléctrica”, explicou.
O director da EDM, em Tete, apontou que a Direcção Provincial das Finanças, sob orientação do governador da província, Alberto Vaquina, conseguiu alocar algum valor à EDM para o pagamento das dívidas dos grandes consumidores estatais, o mesmo serviu para suprir algumas despesas pontuais.
Para além de dificuldades financeiras, a EDM em Tete tem outros problemas que afectam a assistência aos clientes em termos de fornecimento regular de energia.
“A nossa empresa está a atravessar situações anormais no seu desempenho, o que está a originar uma assistência deficitária aos nossos clientes em termos de fornecimento regular de energia eléctrica e de boa qualidade. Estamos a atravessar uma fase difícil provocada por sabotagens das nossas linhas na periferia da cidade de Tete e na vila de Moatize, por indivíduos má conduta, que derrubam postes que sustentam as linhas de transmissão de energia para o roubo de cabos eléctricos, deixando cada vez mais descapitalizada a empresa” anotou Lourenço Cunha.
O representante da EDM, em Tete, apontou como o exemplo, a vandalização, num passado muito recente, das instalações da subestação da vila de Moatize, onde um grupo de malfeitores ainda a monte derrubou e roubou portões de acesso ao recinto, entre outro material metálico da empresa, deixando as instalações completamente destruídas depois de terem espancado e amarrado o guarda.
Sabe-se, entretanto, que devido ao roubo de energia eléctrica, através das ligações clandestinas, alguns operários da empresa Electricidade de Moçambique - Área de Distribuição de Tete, estão suspensos e aguardam pelos resultados dos seus processos disciplinares instaurados pela direcção da empresa os quais serão posteriormente encaminhados às instâncias judiciárias para o seu julgamento.
(AIM)
FTA/DT