Ter, 17 de Abril de 2012 13:03
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A Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique, Ametramo, em Inhambane, decretou fim a um dos rituais que preconiza a sucessão da esposa pelos irmãos ou outro parente do marido, em caso da sua morte, como forma de travar a propagação do Hiv/Sida.
Trata-se de uma prática secular que obriga a mulher a manter relações sexuais com um dos seus cunhados ou um outro membro da família, alegadamente para a sua purificação depois da morte do seu marido.
Nos casos em que o marido morre, deixando muitas mulheres, os membros da família distribuem-se pelas esposas do falecido.
Ao procederem desta maneira, segundo a Ametramo, estarão a violar a lei pois a “pessoa humana não é objecto de sucessão”.
A prática do contacto carnal com a mulher do falecido, vulgo “Kuhlambela” – termo usado na zona sul de Moçambique - contribui para a propagação do Hiv/Sida, daí a necessidade da sua abolição, considera aquela agremiação, que reúne no seu seio os curandeiros da província de Inhambane.
O secretário da Ametramo em Inhambane, Júlio Fernando, assegura que este ritual chegou ao fim e o curandeiro que violar a norma será sancionado, de acordo com o previsto no estatuto da agremiação.
Os praticantes da medicina tradicional em Inhambane foram já chamados à atenção para tratar de questões ligadas a tradição com base em raízes e não obrigar pessoas a manter relações sexuais contra a sua vontade, alegadamente para efeitos de purificação.
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