A implementação de pequenas iniciativas, no quadro da exploração das oportunidades de negócio na área do turismo, estão a colocar o arquipélago de Bazaruto, norte de Inhambane, cada vez mais perto dos turistas nacionais e estrangeiros.
O surgimento de empresas de transporte marítimo, com enfoque para turistas, torna o passeio pelas baías de Vilankulo e Inhassoro, incluindo o arquipélago de Bazaruto cada vez mais acessível para todos, principalmente para os nacionais de pouca renda.
Dolphin Dhow é uma das empresas de transporte marítimo cuja vocação é fazer passear pelas ilhas, os interessados, especialmente turistas hospedados na zona continental, nomeadamente em Inhassoro e Vilankulo. Fundada em 2005, a empresa que resultou da adaptação de uma embarcação de pesca com capacidade para 20 passageiros. Dolphin Dhow foi a primeira companhia de transporte que começou a tirar vantagens comparativas do desenvolvimento do turismo no norte de Inhambane.
Suleimane Cassamo Júnior, proprietário da empresa, disse que decidiu abraçar a área de transporte marítimo para dar resposta à procura de ligação entre o continente e o arquipélago de Bazaruto.
“Comecei esta actividade com apenas um barco de madeira ligando as ilhas de Magarugue e Benguerua levando turistas que tinham necessidade de conhecer aqueles pontos e observar as espécies marinhas”, disse Suleimane e Júnior.
O jovem empreendedor, que conta agora com oito barcos, dos quais cinco de madeira e três de fibra, disse que os valores que cobra nas ligações entre Vilankulo e Magaruque, Vilankulo/Bengurua, Inhassoro/Santa Carolina e Inhassoro/Bazaruto, os quais variam entre 1.500 e 2.500 meticais incluem o almoço para aqueles que se deslocam de passeio.
“Esta tabela é fixa, não tem nada a ver com a época do pico do turismo ou baixa. Até porque agora tenho mais turistas nacionais a passear nestas ilhas do que propriamente estrangeiros”, disse Suleimane Júnior para quem muitos residentes de Vilankulo e Inhassoro organizam-se em grupos de amigos e alugam os barcos para fazer viagens turísticas para conhecerem melhor a sua terra.
Júnior disse também que o facto de a sua empresa operar com barcos de madeira, passou a ser preferência de turistas estrangeiros que, mesmo hospedados em “lodges” de luxo na parte continental, optam por embarcações feitas com material local.
“Por causa disso, alguns operadores turísticos, também compraram barcos de madeira para transportar os seus hóspedes às ilhas, porque perdiam clientes a meu favor”, indicou Júnior.
Aquele empreendedor disse que fazer turismo não é apenas construir uma estância turística ou edificar as chamadas casas de férias para alojar turistas nacionais e estrangeiros, sendo que pescar e transportar turistas é também explorar as diversas oportunidades que o turismo oferece.
“Quero construir alguns quartos aqui perto da minha empresa para alojamento dos turistas que optarem por algo feito ao natural. Vou também fazer um pequeno restaurante onde só terei mariscos, porque turismo é isso”, disse Suleimane Júnior acrescentando que para ele, não faz sentido um turista chegar a Vilankulo e pedir bife ou frango, daí que no seu restaurante, tal como acontece agora nas refeições que serve aos seus passageiros, os pratos serão mariscos.
O proprietário de Dolphin Dhow lamenta, no entanto, a destruição do seu material publicitário afixado em locais públicos em Vilankulo e Inhassoro por alguns operadores turísticos estrangeiros. “Os nossos companheiros, donos das estâncias turísticas aqui, em Vilankulo, não gostam de ver moçambicanos a fazer um trabalho apreciado pelos turistas estrangeiros”, disse Júnior acrescentando que, nos próximos dias, vai remeter uma queixa junto do Conselho Municipal de Vilankulo sobre a destruição do seu material publicitário por um operador turístico estrangeiro.
Até há bem pouco tempo, para se chegar a Bazaruto ou numa outra ilha daquele arquipélago, hoje transformado em reserva nacional, era necessário fretar uma embarcação pertencente a uma das estâncias turísticas daquela região ou mesmo do continente. Os preços praticados, na altura, superavam as capacidades financeiras de todos aqueles que não tivessem uma estabilidade financeira.
O aparecimento de empresas de transporte marítimo em Vilankulo e Inhassoro onde actua o Dolphin Dhow, actualmente com 14 trabalhadores, abriu portas para que moçambicanos possam se deslocar a Bazaruto em passeio turístico.
(Com jornalnoticias.co.mz)
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