Giovanni Capone Perna tem 36 anos e é procurado pela justiça italiana para cumprir os 29 anos e 10 meses de prisão a que foi condenado em Setembro do ano passado, na sequência de um homícidio de um chefe da máfia. Acaba de ser detido pela Polícia Judiciária portuguesa, numa operação que foi preparada ao milímetro e concretizada em menos de um minuto em plena rua, no centro de Oliveira do Hospital.
“Face à gravidade dos factos pelos quais era procurado, era alvo da maior divulgação por parte da Interpol. Os factos prendem-se com uma acusação de homicídio no auge de uma guerra de clãs mafiosos em Nápoles, em que foi assassinado o líder de um desses mesmos clãs”, explicou esta quinta-feira Luís Neves, o responsável da Policia Judiciária pelo combate ao terrorismo, a unidade que localizou e deteve o fugitivo em colaboração com a polícia italiana.
Luis Neves diz que o italiano não só levava uma vida discreta com a família, que entretanto constituiu em Olvieira do Hospital, como estava isolado das suas actividades anteriores.
“Uma vida absolutamente discreta, pacata, que não permitia levantar um mínimo de suspeita no meio em que estava inserido. Pessoas destas, que sabem que são fervorosamente procuradas, isolam-se na perspectiva de não permitir quaisquer tipo de vínculos e de multiplicar as formas de pesquisa de informação por parte das autoridades”, explica o agente da Polícia Judiciária.
Em 2003, ficou provado que Giovanni Capone Perna, enquanto operacional da “Camorra”, um clã mafioso de Nápoles, liquidou o chefe de um clã rival. Aproveitando a libertação proporcionada por um recurso judicial, não esperou pela conclusão desse processo e é, desde essa altura, um dos criminosos mais procurados na Europa.
Giovanni Perna vai ser ouvido esta sexta-feira no Tribunal da Relação de Coimbra, o próximo passo para que possa ser extraditado para Itália.