É o caos da crise europeia. Uma paciente grega acusou um hospital de Atenas de a ameaçar e impedir de levar o seu filho recém-nascido, até que ela pagasse o parto de cesariana, avaliada em 1.200 euros.
Por causa das novas regras orçamentais, os hospitais gregos apertaram o cerco a quem não pagasse os tratamento. Os doentes só são atendidos se estiverem empregados, descontarem para à Previdência ou se não tiverem dívidas ao Estado.
Anna (nome fictício da paciente) afirmou que também não sabe como vai pagar as vacinas do filho. A situação é muito grave. Cerca de 25 por cento da população grega pode estar sem cobertura médica, afirmou a ONG - Médicos do Mundo para a BBC.
A crise financeira aumentou a taxa de desemprego para 21 por cento e a política de austeridade fiscal aumenta o dilema de muitos gregos. Anna vive em Loutsa, perto de Atenas, numa barraca com o marido, dois filhos, pai, mãe e o irmão. Todos dependem do salário da mãe que faz limpezas ao domicílio.
Uma médica acabou por ajudar a paciente a negociar com o hospital e assim conseguiu levar o bebé para casa.
Esta é uma de suas piores crises no mundo, a Grécia cortou o seu orçamento para a saúde em 13 por cento nos últimos dois anos e instruiu hospitais a diminuírem dramaticamente os seus gastos. Tal situação é igual em muitas instituições públicas dos países europeus.
Ultimamente tem vindo a público notícias da eventual saída do país da zona do euro, cenário que também não garante melhores condições de vida para a população grega. Esta situação pode arrastar outros países, com consequências imprevisíveis para a economia mundial.
@SAPO