25 Maio 2012
A propósito do Dia de África hoje
Em 1974/1975, cidade da Beira, estudante universitário e jornalista que era, decidi também tornar-me professor. Inscrevi-me no Liceu Pero de Anaia, tive o privilégio de ser aceite como professor eventual. Comecei, então, a subversão nas aulas: leccionar história de África e de Moçambique em lugar da história dos programas coloniais. Isso aconteceu nos antigos sextos, quintos e terceiros anos, especialmente nos quintos anos, cheguei a dar 48 horas de aulas semanais, de manhã, de tarde e à noite. Comprava na pequena livraria das Paulistas (ali onde funcionava a gráfica do antigo Diário de Moçambique, na rua onde morou o jornalista e poeta Heliodoro Baptista) montes de livros em francês (em especial da Présence Africaine), que lia sofregamente e cuja notícia fui dando e praticando, com estudantes entusiasmados por conhecer o que não conheciam. Dezenas de trabalhos de pesquisa foram realizados pelos estudantes (em trabalho de campo e na biblioteca municipal de então), muitos deles de grande valor, trabalhos que estavam guardados na direcção do liceu. Desse já distante tempo guardo a memória saudosa desses estudantes que tive na delicada fase de transição política do país, estudantes que souberam respeitar a história do nosso continente. Se a história se repetisse, eu procederia da mesma forma.
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