O continente africano tem sido o destino preferencial dos investimentos de muitas companhias multinacionais, que apostam cada vez mais neste mercado, considerado como o que vai ditar as relações económicas mundiais do futuro. As afinidades linguísticas e culturais são alguns dos factores tidos em conta e a tendência deste investimentos tem sido crescente, segundo revelou Afonso Loureiro, Administrador do Grupo Visabeira, que tem interesses no mercado da região Austral de África, em entrevista ao SAPO Moçambique por ocasião do Dia de África.
O grupo português Visabeira é um dos que direccionou os seus investimentos para o mercado africano no início dos anos 90, numa altura em que ninguém dava nada por esta zona económica. Moçambique e Angola foram os primeiros países onde este grupo investiu especialmente na região da África.
A expansão para os outros países dentro da região já é uma realidade com alguns investimentos já em curso como é o caso da África do Sul, segundo.
SAPO MZ: O que motivou o interesse da Visabeira por África, particularmente por Moçambique, o primeiro país onde investiram?
Afonso Loureiro: Este interesse acontece no final dos anos 80, numa fase em que poucos olhavam por África como destino dos seus investimentos. Este interesse resultou de um estudo preliminar e do acompanhamento do mercado moçambicano que permitiu identificar as oportunidades, o momento e as parcerias para desenvolver um projecto de longo prazo. Para decidir foi necessário acreditar no futuro e no desenvolvimento das potencialidades do continente.
SAPO MZ: Como estabeleceram os primeiros contactos para entrarem para o mercado e qual foi a primeira área para a qual direccionaram o vosso investimento?
Afonso Loureiro: Iniciámos naturalmente os contactos com as autoridades moçambicanas e identificámos os principais clientes e parceiros. Entrámos para o mercado moçambicano em 1991 e os sectores da construção e manutenção de infra-estruturas de telecomunicações foram as nossas apostas, e ainda hoje constituem importantes áreas na carteira de negócios do Grupo Visabeira.
SAPO MZ: Qual é a estratégia adoptada para a expansão pelo mercado moçambicano e pelo continente africano?
Afonso Loureiro: Já estamos presentes em todo território moçambicano, particularmente em todas capitais provinciais onde estão disponíveis os nossos serviços. Decidimos apostar em Angola por ter características similares às de Moçambique e os nossos interesses crescem para direccionarmos investimentos para a região Austral de África, especialmente na África do Sul onde já estamos a operar nos sectores de energia, água e ambiente.
SAPO MZ: Quais são os factores determinantes para que os vossos investimentos sejam bem sucedidos?
Afonso Loureiro: Todo o nosso percurso tem tido como um dos factor de sucesso as parcerias que foram sendo desenvolvidas no mercado africano, quer com o sector público, quer com o sector privado.
SAPO MZ: No que diz respeito aos recursos humanos qual é que tem sido a vossa aposta?
Afonso Loureiro: Actualmente temos no nosso quadro 2000 trabalhadores moçambicanos, contando com um número reduzido de expatriados. É de referir que a nossa operação puramente comercial tem uma expressão muito reduzida na globalidade do volume de negócios.
SAPO MZ: Quais são as vossas expectativas em relação ao continente africano e a Moçambique?
Afonso Loureiro: A expectativa é que se mantenha a trajectória de crescimento que se tem verificado e que inclusivamente possa acelerar. Hoje as economias desenvolvidas olham para o mercado africano, como os de Moçambique, com um interesse muito superior ao que se verificou no passado. Por outro lado, estão já em curso projectos de grande dimensão, especialmente no sector privado, que poderão ter um efeito multiplicador para a economia de África e de Moçambique, em particular.
SAPO MZ: Quais os principais factores atractivos para canalisar investimentos para Moçambqiue?
Afonso Loureiro: O crescimento sustentado que tem registado, especialmente na última década, o bom acolhimento tanto a nívelinstitucional como do próprio povo, o potencial de crescimento futuro e o seu posicionamento geográfico regional e global.
Hoje, o grupo Visabeira opera nos sectores de telecomunicações, energia, água e ambiente, turismo, imobiliário, comércio e serviços, indústria.
SAPO MZ
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