A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) registou lucros de 104 milhões de euros em 2011, mais 262 porcento do que em 2010, quando o Estado moçambicano recebeu os primeiros dividendos, disse o presidente da empresa, Paulo Muxanga.
O responsável é citado pela revista Exame, versão moçambicana da publicação económica lançada na terça-feira em Maputo, numa entrevista em que Paulo Muxanga fala do futuro da barragem.
As autoridades moçambicanas receberam, pela primeira vez, como accionista maioritário da HCB, parte dos lucros anuais no valor de 20 milhões de euros, correspondentes ao exercício de 2010.
Um acordo de reversão da HCB, assinado em 2007, entre os governos de Lisboa e Maputo, permitiu a transferência para Moçambique de 85 porcento das acções da barragem, bem como a sua gestão efectiva, reduzindo a participação de Portugal para 15 porcento.
Anteriormente, Moçambique controlava 18 porcento do empreendimento e Portugal 82 porcento.
Em Abril, o Primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, e o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, rubricaram em Maputo o memorando que garante a venda de metade dos 15 porcento que detém na Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
As autoridades moçambicanas vão pagar, até Setembro, 34 milhões de euros ao Governo português pela alienação dos 7,5 porcento do capital social da HCB, a favor do Estado moçambicano.
No âmbito dos acordos assinados em Maputo, a Redes Energéticas Nacionais (REN) de Portugal comprou a participação de 7,5 porcento na HCB por 38,4 milhões de euros, o que lhe confere o direito de voto na Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
Em entrevista à revista Exame, Paulo Muxanga disse que a REN vai poder indicar "um administrador não executivo e um membro do conselho fiscal" na HCB.
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