A Policia mocambicana pede aos cidadãos, no geral, para exercerem um maior rigor e prudência no acto de arrendar casas a terceiros, bem como prestar uma atenção redobrada quando abordados, em algum momento, por indivíduos que se fazem transportar em viaturas, regra geral, com vidros fumados, porque, a dado momento, podem cair nas malhas de gente de conduta duvidosa que vai de um bandido comum até potenciais sequestradores.
O apelo para uma maior precaução no arrendamento surge da constatação que se evidenciou com estes casos, pois todos os locadores ouvidos pela Polícia disseram que não sabiam de nada. A medida visa evitar que os donos das casas acabem se vendo envolvidos em situações embaraçosas de ter que responder em juízo por suspeita de participação na prática de crimes, como o que pode vir a acontecer agora com o resultado das investigações em curso.
Nas recentes averiguações relacionadas com os sequestros a Polícia constatou que três das quatro casas visitadas esta semana pela Imprensa usadas como cativeiro dos sequestrados os proprietários declinaram qualquer responsabilidade ou conivência com os crimes nelas praticados, distanciando-se de tudo e de todos.
Embora as investigações até aqui realizadas não tivessem encontrado evidências suficientes de qualquer envolvimento ou responsabilidade dos proprietários das residências, doravante a Polícia aconselha a uma maior atenção na prática deste tipo de negócios.
O “Noticias” na sua edição de hoje da o exemplo da quinta de Tchonissa, no distrito de Boane, local onde parte das vítimas foi levada, com a proprietária negar perante as autoridades qualquer envolvimento com os criminosos.
A mesma justificação foi dada pelo inquilino da moradia de Malhampswene, que inclusivamente justificou perante as forças da lei e ordem que nunca foi sua intenção arrendar a casa, mas que acabou o fazendo por pressão que sofria dos sequestradores, a troco de 25 mil meticais mensais (o dólar EUA vale mais de 27 meticais).
![A.Zandamela, dono de casa alugada pelos sequestradores/Foto DM A.Zandamela, dono de casa alugada pelos sequestradores/Foto DM](http://www.rm.co.mz/images/stories/sequestradores-arlindo-zandamela.png)
A.Zandamela, dono de casa alugada pelos sequestradores/Foto DM
“Para estes casos até aqui não existe qualquer ligação entre os sequestradores e os proprietários. Mas para casos futuros as pessoas devem obedecer a uma série de exigências para chegar à conclusão de que, efectivamente, os que vão arrendar a casa não são pessoas de má conduta ou não estão envolvidas em redes criminosas. Também devem supervisionar as actividades que eles realizam e não se limitar só a receber dinheiro. Se esses cuidados não forem tomados os proprietários correrão o risco de se ver envolvidos em casos criminais difíceis de resolver” – apontou a fonte do “Noticias”.
Por outro lado, o apelo insistente da Polícia vai no sentido de as pessoas serem cautelosas quando abordadas por indivíduos que se fazem transportar em viaturas com vidros fumados. Perante um caso igual, segundo aponta a corporação, pode-se estar perante um sequestrador.
“Vimos que todos os carros que os raptores usavam para levar as suas vítimas estavam com vidros fumados, razão pela qual os cidadãos devem andar vigilantes com relação a esse tipo de situações, porque correm maior risco de cair nas malhas desta gente” – disse.
A Polícia aponta que a primeira viatura usada pelos sequestradores foi um “Toyota-Noah”, com a chapa de inscrição MMS-92-06, com vidros todos fumados. Esta era uma das principais viaturas de acção, tendo mais tarde sido usada uma outra de marca “El Grand”, como forma de procurar sempre despistar a vigilância policial.
(RM/AIM)