Quem jamais ouviu falar da planície de Nazca, no Peru, e passar por ali de carro, ao percorrer a rodovia Pan-americana, que liga o sul de nosso continente ao México, vai achar o trecho dessa viagem chatíssimo.
Chega a ser desagradável trafegar pela planície pedregosa, árida e sem nenhuma vegetação: são 520 quilômetros quadrados de pura monotonia.
No entanto, quem cruza a região de de avião, certamente fica surpreso e intrigado com o que vê: o deserto de Nazca é quase todo desenhado com figuras de animais enormes, formas geométricas precisas e gigantescas, e linha retas quilométricas e perfeitas.
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Do chão, essas figuras são imperceptíveis e o deserto parece apenas ser cortado por sulcos, como canais de irrigação.
Quando, pela primeira vez, em 1927, um piloto americano sobrevoou o deserto de Nazca, percebeu maravilhado que tudo aquilo tinha um significado. Mas qual?
A resposta certa até hoje ainda não foi encontrada. Ninguém sabe ao certo o que teria levado os antigos habitantes da região, os índios nazca, a desenvolverem tamanho esforço para esculpir na rocha ferrosa enormes imagens, só vistas das alturas.
Pássaros, aranhas, raposas e até mesmo macacos e baleias gigantes fazem de Nazca um quebra-cabeça fascinante.
Extraterrestres
Cientistas de várias especialidades e de todos os cantos do mundo já tentaram ler este “misterioso livro escrito no deserto”, há pelo menos 1 500 anos.
Para muitos, os nazcas eram visitados constantemente por extraterrestres, com quem obtiveram a tecnologia necessária e a orientação para executar o trabalho.
As 13 mil linhas retas perfeitas seriam demarcações de pistas de pouso de aeronaves. E o deserto de Nazca teria sido escolhido porque seu solo, de um tom amarelado, faz com que os desenhos reflitam a luz do Sol, destacando-os ainda mais quando vistos do alto.
Outros estudiosos afirmam que os nazcas conheciam geometria e que os imensos desenhos foram feitos a partir de outros em menor escala, com o uso de estacas e fios de junco, cujos vestígios foram encontrados, em 1943, por uma das primeiras expedições científicas que chegaram ao local.
Balões e pipas gigantes
Há também quem sustente a afirmação de que os nazcas voavam em balões ou pipas enormes e, assim, acompanhavam o trabalho de confecção dos desenhos. Isso porque, em ruínas próximas ao deserto, existem desenhos rupestres de homens agarrados a uma espécie de asa-delta rudimentar, presos por fios.
Para essa corrente de pesquisadoresm os animais seriam totens, ídolos ligados a diferentes lasses e rituais religiosos.
Mais recentemente, astrônomos ingleses contestaram uma das mais famosas teorias sobre os mistérios de Nazca; a de que os desenhos representavam um gande calendário astronômico. Assim, cada animal e cada desenho geométrico estaria ligado a uma constelação ou região específica do céu.
Com o auxílio de um supercomputador, os astrônomos compararam o mapa do deserto peruano com as diferentes formações do céu nos últimos 5 mil anos e não encontraram dados que confirmassem a hipótese do calendário. Segundo eles, as poucas semelhanças entre os dois desenhos são apenas casuais.
O enigma do macaco
Impossível saber quanto tempo ainda teremos de esperar até que todas as teorias sejam confirmadas ou desmentidas. O deserto de Nazca é um desafio permanente para diversos ramos da ciência moderna.
Parece-me que de todas as teorias, a dos ídolos usados um rituais religiosos seja a mais lógica. Mas, há um porém: a figura do macaco de oitenta metros, que tem os órgãos genitais e a cauda cobertos por espirais que terminam em curiosos ziguzagues e linhas retas.
Ora, sabe-se que não havia macacos em Nazca. Como, então, os índios de Nazca tomaram connhecimento desses animais? Pela visita de seus irmãos, os índios da Amazônia que fica do outro lado da Cordilheira dos Andes? Ou… Sei lá, não sei não, como diz uma música de Paulinho da Viola.
http://www.reporternet.jor.br/a-misteriosa-historia-escrita-no-deserto/