O exercício físico reduz as probabilidades de se sofrer de muitas doenças, mantém os ossos fortes e saudáveis, ajuda a manter a vitalidade e independência até ao final da vida e melhora o humor, bem como o funcionamento mental. Em resumo, ajuda a viver uma vida mais longa e mais saudável, garante a Associação Nacional de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP).
"Se existe alguma coisa que esteja próximo da fonte de juventude, é o exercício físico", afirma a Dra. Anne Fabiny, uma geriatra da Faculdade de Medicina de Harvard. "Atendendo aos seus benefícios comprovados e ao seu perfil de efeitos secundários reduzido, se fosse um comprimido, toda a gente quereria tomá-lo!"
Estudos após estudos, todos demonstram que uma boa forma física prolonga a vida. Para indicar apenas alguns exemplos, investigadores que publicaram um artigo no Journal of the American Medical Association verificaram que as mulheres que começaram a andar a pé cerca de 1,5 km por dia depois dos 65 anos apresentavam uma probabilidade de cerca de metade de morrerem de doença cardíaca, de cancro ou de qualquer outra causa em comparação com as mulheres sedentárias da mesma idade.
Num artigo publicado em 2005 na revista Archives of Internal Medicine, investigadores mostraram que os níveis de atividade moderados a elevados prolongaram a esperança de vida e protegeram da doença cardiovascular. Estes investigadores verificaram que a atividade moderada prolongava a vida em 1,3 anos nos homens e 1,5 anos nas mulheres, enquanto os níveis de atividade elevados acrescentaram 3,7 anos de vida aos homens e 3,5 anos às mulheres.
Nunca é tarde para começar
Outros estudos verificaram que nunca é tarde para usufruir dos benefícios do exercício físico. Um ensaio clínico de grandes dimensões realizado em americanos com idade igual ou superior a 65 anos verificou que os homens e as mulheres que eram, pelo menos, moderadamente ativos ganhavam entre 3 e 5,7 anos de vida, dependendo da frequência com que praticavam exercício.
Contudo, apesar dos benefícios óbvios, só um número reduzido de pessoas pratica exercício físico. De acordo com um inquérito realizado a nível nacional já este ano, aproximadamente 40% dos adultos ficam sentados na maior parte do dia e 10% nunca são activos. Apenas 30% referem atividade regular durante o tempo de lazer.
Importa sublinhar que o exercício físico não é uma atividade agradável para muitas pessoas e constitui uma batalha difícil para os indivíduos que sofrem de doenças dolorosas ou incapacitantes. Nas zonas onde o Inverno é rigoroso é difícil desafiar o clima para realizar regulamente um passeio a pé ao ar livre, especialmente se for idoso com algum tipo de limitação e tenha receio de cair.
Deste modo, vale a pena salientar que aumentar mesmo as denominadas atividades do estilo de vida - tais como as limpezas domésticas - pode ser benéfico. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association que envolveu 235 homens e mulheres sedentários verificou que as atividades do dia-a-dia podem ser tão eficazes como o exercício físico estruturado no que respeita a melhorar a forma física cardiovascular e a reduzir a pressão arterial ao longo de dois anos.
E outros estudos demonstraram que a realização de tarefas do estilo de vida - tais como aspirar a casa ou subir as escadas - melhora as capacidades funcionais dos adultos idosos, fazendo que lhes seja mais fácil realizar estas tarefas, tanto no presente como no futuro.
Outro estudo publicado no New England Journal of Medicine, que analisou a investigação realizada em 17.000 antigos alunos de Harvard, constatou a existência de maiores ganhos, em termos de uma vida mais longa e de um risco mais baixo de doença, estavam associados ao dispêndio de aproximadamente 2.000 calorias por semana com a prática de exercício.
Benefícios do exercício físico:
• Reduz a pressão arterial; Ajuda o coração a bombear mais eficientemente o sangue; Reduz os níveis de LDL-colesterol (mau colesterol) e de triglicéridos e eleva os níveis de HDL-colesterol(bom colesterol)
• Diminui a tendência para o sangue formar coágulos; Mantém a densidade mineral óssea ou melhora-a ligeiramente em determinadas zonas, diminuindo o risco de osteoporose; Aumenta o tamanho e a resistência muscular
• Melhora a resposta do organismo à insulina e reduz o risco de diabetes
• Reduz a gordura corporal e diminui a probabilidade de aumentar de peso
• Reduz a ansiedade e combate a depressão
• Reduz os riscos de demência e de declínio cognitivo e pode ajudar a atrasar o início da demência ou do declínio cognitivo nas pessoas com mais de 65 anos Protege contra o cancro do cólon e, possivelmente, contra os cancros da próstata e da mama; Reduz o risco de doença da vesícula biliar
Conteúdo Proveniente da Harvard Medical School
Revisão: Dr. Nuno Ribeiro Ferreira Editor Médico do Programa HMS-PT (Hospital São Francisco Xavier)
Validação: Professor Doutor António Vaz Carneiro Especialista em Medicina Interna (Faculdade de Medicina de Lisboa)