Segundo Daniel Serrão, médico especialista em Bioética, manter o cérebro ativo e "em curiosidade permanente" atrasa o envelhecimento. O especialista, de 85 anos, defende que é tão importante exercitar a mente como o corpo.
O investigador defendeu esta teoria na conferência "Seniores – um novo estrato etário e social" integrada nas Jornadas sobre Envelhecimento Ativo, organizadas pela Santa Casa da Misericórdia de Gaia ", que decorreu em Vila Nova de Gaia, nesta última semana.
"Manter o cérebro curioso, em curiosidade permanente, faz com que o indivíduo se mantenha ‘ativamente vivo’, porque é no cérebro que envelhecemos", afirmou Daniel Serrão citado pela Lusa.
O médico salienta que "as articulações podem não funcionar bem, mas não é o envelhecimento corporal que conta, é o envelhecimento do cérebro". "Vemos isso muito bem nos doentes com Alzheimer e com demências senis. Os corpos podem estar perfeitos, mas o cérebro deixou de funcionar porque envelheceu", salienta.
Na conferência, Daniel Serrão definiu três grupos de pessoas na terceira idade: as pessoas saudáveis, ativas e independentes e que ainda podem prestar um contributo para a sociedade, os indivíduos que tendo alguns problemas de saúde arranjam pretextos para nada fazerem tornando-se inativos e dependentes de outros, e o idoso que entra no processo de morrer.
Para o investigador "as pessoas são cérebro e é em relação ao cérebro que é preciso trabalhar, a par do exercício físico. E a melhor forma de ativar o cérebro é mantê-lo curioso e voltado para o mundo exterior", garantindo assim o atraso no envelhecimento.
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