Chanceler alemã diz já não ser possível que os países assegurem a qualidade de vida das populações à base de dívidas.
Angela Merkel alertou hoje os países europeus endividados defendendo que devem aumentar a sua competitividade por já não ser possível assegurar a qualidade de vida de populações à base de dívidas.
"Quero um continente de alto rendimento que, no futuro, também possa oferecer bem-estar aos seus cidadãos", afirmou a chanceler alemã, em declarações hoje publicadas no diário alemão Bild.
Na entrevista, a chanceler alemã congratulou-se ainda por "todos os países do Sul da Europa terem, em maior ou menor medida, introduzido reformas, necessárias para alcançar um caminho sólido", embora "à custa de dolorosos" cortes.
"No fundo, cada país só pode viver daquilo que economiza. Todos os países precisam de uma economia competitiva, uma base industrial, grande ou pequena. O bem-estar a crédito já não funciona e isto deve ser claro para toda a gente", advertiu.
A chefe do Governo alemão sublinhou ainda que "a Europa deve estar na liderança do mundo", lembrando que, atualmente, não ocupa esse lugar em muitas áreas.
"Não se trata só de manter o euro estável, mas de conseguir que a Europa saia reforçada da crise em que entrou", acrescentou Angela Merkel.
Angela Merkel considera ainda que o maior problema europeu é o desemprego juvenil e que é preciso que a Europa resolva este entrave.
"Para isso, pusemos à disposição da União Europeia seis mil milhões de euros que devem ser aplicados rapidamente e de maneira inteligente", adiantou.
Angela Merkel comentou também as recentes estatísticas que indicam que as maiores fortunas familiares estão no Sul da Europa, afirmando que os valores "estão distorcidos", porque países como Espanha, Chipre ou Grécia são lugares normalmente preferidos pelas famílias ricas para viver.
Além disso, "nesses países, há mais pessoas que são proprietárias de casas e apartamentos, que funcionam como garantia para a velhice. Na Alemanha, pelo contrário, existem fortes sistemas de pensões obrigatórios nas empresas. E as grandes pensões não figuram nessas estatísticas, tal como não figuram os imóveis detidos pelos alemães no estrangeiro", explicou.
É por isso que as fortunas médias dos alemães parecem ser mais pequenas do que são na realidade", concluiu.
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