DE BANDALHO A SANTO...
«Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações»... Oliveira Salazar.
Efectivamente. O Homem pode ser alcunhado de ditador, de sovina, de beato, de velho do Restelo, de usurpador da liberdade do povo, de ter perseguido inimigos do regime, que se diziam democratas, de ter metido nas prisões comunistas e pseudorevolucionários, pode ser acusado de tudo isso, mas ninguém o pode acusar de se ter aproveitado do cargo que exercia e exerceu durante mais de 40 anos, para extorquir do Erário Público, receitas do Estado e pagas pelo Povo, de receber prebendas ou subornos de qualquer espécie, de transferir para paraísos fiscais fortunas de milhões ou biliões de Escudos - agora Euros - de nada. Isto é: NADA DE NADA.
Pois é. Mas isso é passado... E o passado para muita gente já não conta. E o País?... esse, é o mesmo a Sul da Europa, estraçalhado da sua grandeza, reduzido a uma simples província espanhola ou quase, reduzido à miséria, governado por gente mesquinha que não esconde a sua ignorncia, que vindo da mais baixa condição social, quer repentinamente subir aos escalões mais altos de uma hierarquia social, a que pretende chegar e a que nunca chegará mesmo que cometa todas as maquinações, por mais inverosímeis que sejam.
E maquinações, roubalheiras, escroquerias, corrupção, paraísos fiscais, transferências fraudulentas, capitais recebidos e extorquidos ao povo, sempre o povo, à Nação, ao bem comum, aos pobres, aos desempregados, aos funcionários públicos no activo , aos aposentados e reformados, vão surgindo, com banqueiros desonestos à mistura, com ladrões de luva branca, fazendo-se passar por gente honesta, sorridente, que não se interessa por quem juraram defender, mas que prejudicam sem qualquer vislumbre de arrependimento ou boa consciência. E aí os temos, passando por nós, sorridentes, bem dispostos, incapazes de reconhecer o mal que fizeram aos seus concidadãos e sobretudo à Pátria que juraram servir com honra e integridade de carácter.
E os comentadores, até os que desde o Eixo do Mal até à Assembleia da República, tão mal disseram de outros menos culpados, aí estão calados, pouco ou muito pouco dizendo, preferindo não comentar o que estando à vista de todos, é tão claro, que a própria Justiça não se coibiu de mais uma vez, proceder como lhe incumbe, sem apelo nem agravo, aplicar a Justiça.
Vamos lá a ver se de Bandalho não se passará a Santo...
José de Viseu.