SOMBRAS
É sempre noite
Como pode surgir sem relógio, se acabou de amanhecer
As lamparinas não acendem, não há luar,
nas ruas, somente sombras imparmente puras/impuras.
Enquanto umas sombras vem sonhar,
outras tantas vão em algo peito se abrigar
Sombras são almas sem luz?,
Quando vão acordar? A terra gira
em rotação delinear?......
As sombras não são linear, são almas a embalar
Todos dormem, a sombra pesa soturnamente,
pelas sestas da horas, pelas salas intempestivas.
Ao pé da manhã, uma cadeira se embala frescamente,
tão só, como uma sombra esgueirando mansamente
com dia, sem dias.
Temo entre as sombras desaparecer.
Vejo claramente,dos pensamentos
ser um mero fragmento das vidas.
Quisera dormir a nenhuma hora,
fugir de mim, ir sem saber
ou entrar pelas sombras,
descobrir o verdadeiro legar.
Incorporar...
Tentar voltar...
Resgatar dos que em vida perdi
Sempre partindo,
e as sombras seguindo...
Incontida avanço,
minhas retinas, nada destingue,
somente as sombras invejo.
Ela me cerca...me levam
Clamo teu nome nas noites,
tateio na escuridão um balançar de vazio,
nada detem os fios de relva,
que pelas sombras deixei...
Se espantam,
mas, não se espantam em deserção,
se acomodam nesta inserção.
Tão insértil, tenazmente as sombras...
que causam no corpo tormentos.
Sempre a noite,
tempestivamente, tento voltar
ao presente em luz lunar, solar...
E eu, em sombras, a perguntar
Me sondas?
E as sombras respondem
Sempre estou a te rondar....