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Meu amigo que late por Vera Ghimmel - veraghimel@oi.com.br
Não há quem não se emocione quando vê um cachorro brincando com o seu dono, apesar de eu não gostar muito dessa palavra “dono” (não somos donos de nada). Moro num bairro, no Rio de Janeiro onde há uma grande quantidade de pessoas idosas e muitas delas já adotaram um cachorro como sua fiel companhia. Essas senhoras muitas vezes são abandonadas pelos filhos, ficando sozinhas em seus apartamentos e, como forma de continuarem interessadas na vida, adotam um bichinho de estimação (cães ou gatos e às vezes os 2). Cuidar deles é uma forma de se manterem ocupadas e agradecidas com a constante demonstração de amor e carinho de seus animais.
Os cachorros possuem uma capacidade perceptiva que transcende qualquer explicação. Já foi feita uma experiência nos EUA, passada na TV que, simultaneamente monitorava-se, através de cmeras, uma residência com um cachorro que dormia e um restaurante, onde a dona do animal lanchava. Na hora em que a moça se levantou da cadeira para ir para a casa, o cachorro acordou e foi para a porta abanando o rabo e só parou quando ela o encontrou ao abrir a porta da casa. Os cachorros percebem quando você está triste e ficam por perto como se dissessem, silenciosamente: “eu estou aqui, pode desabafar”. Ao contrário do gato que transmuta energia negativa em positiva, o cachorro traz a energia positiva do ambiente para você; muitas vezes para lhe ajudar a sair das doenças, principalmente a depressão. São excelentes catalisadores de energias de cura. Captam as doenças dos seus donos e as transferem para si, como forma de ajudar, muitas vezes morrendo em seu lugar. Já vi cachorro morrer de cncer para salvar a vida de sua dona fumante compulsiva. Mesmo eu avisando, ela continuou a fumar. Acredito pouco que essa pessoa verdadeiramente ame os animais. Se eu soubesse que estava fazendo mal a um bicho meu, por algum hábito nocivo, imediatamente mudaria. Aprendi com os meus mentores que podemos limpar energeticamente nossos bichos de estimação e basta passar as mãos por seus corpos dizendo frases como “você é saudável, feliz etc.” Assim como acontece com as pessoas, cada um é para cada um do jeito que precisa ser. Se você acredita que o seu bicho é saudável, ele será. Eles também possuem papéis.
Veja no artigo Personagens de mim mesmo.
As crianças possuem um carinho especial pelos cachorros. Há muitos anos, voltando de uma festa, deparei-me com garotos de rua acompanhados por um saltitante cachorro. Não me contive e nem me preocupei com mais nada. Fui ao encontro deles e, em plena Av. Nossa Senhora de Copacabana, comecei a conversar com eles que logo se sentaram ao meu redor. Disse-lhes da importncia de tratar bem o amigo, pois ele poderia ser um excelente guardião do sono deles, já que eles fizeram da rua sua casa. Mostrei-lhes como fazer para cuidar do bichinho e eles atentamente me ouviram, mostrando na prática se haviam aprendido. O cachorro nunca fora tão acariciado, acredito eu. Fez uma cara de satisfação me olhando como agradecido pela força. A essa altura, meu então companheiro, medroso que só ele, me procurava atônito, pois ele havia entrado num bar para pedir um sanduíche e eu simplesmente desaparecera. Educar desde cedo as crianças a tratar com amor e respeito os animais é ainda a melhor solução. Fico triste quando sei ou vejo os maus-tratos, como na China em que os animais são mal tratados até na hora de recolherem das ruas. Nem queiram saber.
Quando eu estava em Portugal, para realizar as terapias, mais precisamente em Malveira, fui a uma loja de chineses e observei que havia um beija-flor que voava de uma lado para outro tal qual um desenho animado. Os donos imediatamente pegaram uma vassoura e saíram na caça daquele inocente bichinho com se ele fosse uma ameaça. Fui para dentro da loja e logo comecei a dizer que se eles não respeitavam os animais em sua terra que pelo menos respeitassem na terra em que eles ganham o seu sustento. Eles me fuzilaram com os olhos e eu só sosseguei quando tirei o beija-flor de lá de dentro. Os chineses, acredito que não sejam todos, precisam aprender com os monges tibetanos sobre muitas coisas. Mas quem mata monge, empilha bicho de rua em carroceria de caminhão como lixo, executa preso em estádio para o povo se deliciar, certamente ainda tem muita estrada para andar. Não é à toa que o ex-Beatle Paul McCartney advoga em favor dos direitos dos animais, e promove pelo mundo um grande boicote à China, por causa disso. Mas não é somente lá que isso acontece. No Iraque há também um desrespeito com os animais que são usados como bichos-bomba nas guerras. Leiam “De Bagdá com muito amor”.
Outro absurdo é que precisamos parar de culpar os cachorros por ataques às pessoas, pois eles são ensinados pelos seus donos a fazerem. Certas pessoas adotam um cachorro como arma e ela certamente se voltará contra quem o fez. Os cães não nascem geneticamente agressivos, como nos tentam fazer acreditar. Estive na casa de uma senhora que soltou o pit-bull depois de me perguntar se podia, e ele ficou o tempo todo carinhosamente comigo. E olha que era treinado para atacar quem entrasse na casa. Quem são raivosos e agressivos são os donos desses animais. Deveria haver uma lei que punisse os donos e não os bichos. É a mesma coisa que presenciar um homem atirando em alguém e, ao invés de prendê-lo, prender a arma que atirou.
Mas esses amigos (cães, gatos, e todos os bichos) são para sempre. Não podemos esquecer também as centenas de almas encarnadas que protegem e dão a sua vida e seu tempo cuidando dos animais abandonados. São pessoas especiais. Verdadeiros anjos da guarda que fazem de suas vidas uma constante luta pela causa animal. Minha homenagem a todos os seres humanos, conhecidos publicamente (Rita Lee, Paul Mac Cartney, Izabel da Suipa, etc.) ou desconhecidos que amam esses seres maravilhosos que aqui vieram só para nos fazer bem! Minha homenagem e saudade à cadelinha Shaninha (foto) que inundou de alegria, durante 16 anos, a casa da minha família.
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