Virtude Solitária
Livro: Justiça Divina
Emmanuel & Francisco Cndido Xavier
Há quem deseje tranquilidade ideal na Terra, com a pretensão de fugir ao erro.
Casa branca no aclive da serra, com o vale rente.
Fontes claras, correndo perto, e jardim florido.
Climas doce e perfume da natureza.
Nenhum aborrecimento.
Nenhum cuidado.
Falta alguma.
Problema algum.
Solidão saborosa em que o morador consiga estirar-se, inerte, em poltronas e redes.
No entanto, é no trato da luta que as forças se enrijam e as qualidades se aperfeiçoam
Considerando-se que o mal é a experiência inferior nos quadros da experiência mais nobre,
é no serviço do amparo mútuo
e da tolerncia recíproca que haveremos de transformá-lo em bem duradouro,
como se tomássemos as nossas próprias sombras de ontem
para convertê-las na luz de hoje.
Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor,
e, escravizados aos compromissos expiatórios,
estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da reencarnação,
segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas existências passadas.
Ninguém progride sem alguém.
Abençoemos, assim, as provações que nos abençoam.
Trabalho é ascensão.
Dor é burilamento.
Toda adversidade avisa, todo sofrimento instrui.
Todo pranto lava, toda dificuldade esclarece e toda crise seleciona.
Virtude solitária é pão na vitrine.
Competência no palanque é usura da alma.
Todos somos alunos na escola da vida.
E ninguém consegue aprender sem dar a lição.
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