Renascimento
Francisco Cndido Xavier
Não aguardes o lance da morte' para atender, em ti mesmo, à grande renovação.
Se a chama de tuas esperanças mais caras surge agora reduzida a pó e cinza,
aproveita os resíduos dos sonhos mortos por adubo à nova sementeira de fé
e caminha para diante, sem descrer da felicidade.
Muitos desertam do quadro escabroso em que o Céu lhes permite a quitação com as Leis Divinas,
deitando-lhe insultos, como se se retirassem de província infernal, mas voltarão a ele,
em momento oportuno, com lágrimas de tardio arrependimento, para reajustar suas disposições,
quando poupariam larga quota de tempo se lhe buscassem compreender as lições ocultas.
Outros muitos fogem de entes amados, reprochando-lhes a conduta e anatematizando-Ihes a existência,
qual se se ausentassem de desapiedados verdugos; no entanto, voltarão, igualmente mais tarde,
a tributar-lhes paciência e carinho, a fim de curar-lhes as chagas de ignorncia
e ajudá-los no pagamento de débitos escabrosos, entendendo, por fim,
que teriam adquirido enorme tesouro de experiência se lhes houvessem doado apoio e entendimento,
perdão e auxílio justo, no instante difícil em que se mostravam desmemoriados e inconscientes.
Não deixes, assim, para amanhã o trabalho bendito da caridade que te pede ação ainda hoje.
O caminho de angústia e a mão do insensato despontam do pretérito, cujas dívidas precisamos solver.
Desse modo, se te não é lícito possuir esse ou aquele patrimônio que te parece
adequado à realização do mais alto ideal, faze da tela escura em que estagias a escola da própria sublimação,
e, se não podes receber, em determinada condição, a alma que amas, no mundo,
consagra-lhe mesmo assim o melhor de teu culto, estendendo-lhe a bondade silenciosa, na bênção da simpatia.
Não encomendes, pois, embaraços e aversões à loja do futuro, porque, a favor de nossa própria renovação,
concede-nos o Senhor, cada manhã, o Sol renascente de cada dia.
O caminho de angústia e a mão do insensato despontam do pretérito, cujas dívidas precisamos solver.
Desse modo, se te não é lícito possuir esse ou aquele patrimônio que te parece adequado à realização do mais alto ideal,
faze da tela escura em que estagias a escola da própria sublimação, e, se não podes receber,
em determinada condição, a alma que amas, no mundo, consagra-lhe mesmo assim o melhor de teu culto,
estendendo-lhe a bondade silenciosa, na bênção da simpatia.
Não encomendes, pois, embaraços e aversões à loja do futuro, porque, a favor de nossa própria renovação,
concede-nos o Senhor, cada manhã, o Sol renascente de cada dia.