AMANHECEU O DIA... O dia apenas amanhecera... Mas aquele não era um dia comum. Era o primeiro dia de uma nova era que se iniciava para a Humanidade inteira... A partir daquele acontecimento, o Mundo jamais seria o mesmo. Um acontecimento que constituiria um novo marco na História... Amanheceu o dia... E as luzes daquele amanhecer se espalharam lentamente sobre Israel para, logo mais, pairar soberanas por sobre toda a Terra... As almas se aquietaram ante a mensagem silenciosa que envolvia o Oriente... Os sofredores sentiram que um novo alento chegava para balsamizar seus corações em brasa... Os cegos vislumbraram uma chama que despontava além da escuridão... E os pobres desprezados ouviram, naquele amanhecer, uma canção de esperança a ecoar por todos os rincões da Terra... O dia apenas amanhecera... E os equivocados, que se julgavam donos absolutos do poder, sentiram suas bases tremerem diante Daquele que viera investido de todos os poderes e glórias, em nome do Pai... Os hipócritas se confundiram, e os ricos de alma pobre perceberam a fragilidade de suas posses temporárias... Em Belém... Ele chega silencioso, puro, soberano, e fica... Ele reúne os aflitos e os agasalha junto ao próprio peito... Nada solicita, não exige coisa alguma... Apenas ampara. Libertador por excelência, canta o hino da verdadeira liberdade, ensinando a destruir os grilhões da inferioridade que prende o homem às mais cruéis cadeias... Sol de primeira grandeza, espanca com a Sua claridade as sombras dos milênios... A suavidade da Sua voz mansa acorda as esperanças adormecidas e faz que se levantem os ideais esquecidos... Ao forte clamor do Seu verbo erguem-se os dias, e as horas do futuro vibram, aprofundando na alma do Mundo os alicerces da Humanidade feliz do porvir... Jesus, Rei Celeste, aceita como berço a manjedoura de uma estrebaria singela, deixando para a Humanidade a profunda lição da humildade, inaugurando um reinado diferente entre as criaturas. Senhor do Mundo, deixa-Se confundir com a multidão esfarrapada, espalhando Seu suave perfume entre os sofredores. Troca as glórias dos céus pelas tardes quentes de Jericó... Deixa a companhia dos Espíritos puros para caminhar entre os miseráveis de toda sorte... Aceita o pó das estradas e enfrenta fome e frio para acalentar os infelizes sem esperanças que se arrastavam sobre a Terra. Abandona os esplendores da Via Láctea para pregar a Boa Nova nas madrugadas mornas de Cafarnaum... Deixa as melodias celestes para cantar a esperança embalada pela orquestra espontnea da natureza, no cenário das primaveras e verões, entre as aldeias e o lago. É traído, desprezado e pregado numa cruz... Mas ressurge numa tranqüila e luminosa manhã para dizer que a Vida não cessa e reafirmar que estaria conosco para todo o sempre... * * * O dia apenas amanhece...
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