FERIDAS DA ALMA
Nos lábios o sorriso triste,
No peito o pranto sem fim
Pelo amor que não mais existe
E na marca que ficou em mim
Nas mãos o carinho morto,
No soluço sons de saudade,
Nas rimas e nos versos torto
Os ecos da infidelidade.
Prisioneira no ostracismo
Do jeito que não tem perdão,
Brada a voz do egoismo
Clamado perdão
Clamando solidão.
Pega o céu a dor imensa,
Fogem cores dos jardins
Enquanto o outro pensa
Surdo a todos os clarins.
Fim de inverno, noite fria,
Cala-se a voz do sonhador
Tombada na nostalgia,
Mudo e Cego ao Amor.
CLEIDE CANTON.