Soneto Puro
Fique o amor onde está;
seu movimento nas equações marítimas se inspire para que,
feito o mar, não se retire de verdes áreas de seu vão lamento.
Seja o amor como a vaga ao vago intento de ser colhida em mãos;
nela se mire e, fiel ao seu fulcro, não admire as enganosas rotações do vento.
Como o centro de tudo, não se afaste da razão de si mesmo,
e se contente em luzir para o lume que o ensolara.
Seja o amor como o tempo –
não se gaste e, se gasto, renasça, noite clara que acolhe a treva,
e é clara novamente...