RUMO
(António Castel-Branco)
Sigo o manso regato que canta,
Embalado nas vagas borbulhantes
Da espuma que salpica os navegantes
Imersos numa vida que me encanta.
De verde e azul raiado é reflexo
Das copas verdejantes que o bordejam,
Refúgio de trinados que pelejam
Por um lugar ao sol, mas tenham nexo
Que as glórias mais as honras logo passam,
Restando as águas mansas do regato,
Sulcadas pelos barcos que se afastam,
Deixando na lembrança um hiato
Do tempo em que queria descobrir
Um rumo, um caminho p’ra seguir.