AMOR DESCONHECIDO Rosy Beltrão
Que amor desconhecido é esse, que nos envolve e nos faz perder a razão, deixando-nos insensatos, descuidados e inseguros sem a presença um do outro?
Mas, ao mesmo tempo, ansiosos, veias latejantes, respiração ofegante, coração pulsante, no descompasso de cada um dos nossos passos?
Que amor é esse, desconhecido, mas amigo, leve, livre e solto, absorto em si mesmo pois nos deixa tontos, zonzos, sem querer saber nada a não ser um do outro?
Que amor desconhecido é esse que passeia entre a gente e as almas transparentes se envolvem em luzidios cristais brilhando intensamente entre corpo e mente?
Que amor é esse, desconhecido, que nos faz ficar desse jeito: tolos, meninos, infantis na verdade, pueris?
Que amor é esse, desconhecido, que nos seduz, onde o corpo deseja almeja, ardente, em chama flamejante?
Ah! Esse amor é meu conhecido, amigo, amante, de paixão sem razão mas que me seduz, me envolve e me traduz, em claridade solar, só querendo e vivendo para amar. De dia, de noite, a todo instante.
Amor amigo, vem me amar! Sem um instante sonhar E em meus puros devaneios, concretizar.
|