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CULTURA: Pintores do século XIX
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De: Bete  (Mensaje original) Enviado: 26/07/2009 23:19

Missão Artística Francesa-

O tipo de ensino ministrado pelos artistas da missão Lebreton tiraria o Brasil do estágio artístico defasado em que se achava, para ele introduzir um Neoclassicismo então de vanguarda, embora já contendo em si os germes de um formalismo que terminaria em breve por condená-lo. O estudo do modelo vivo, a supremacia do desenho e a importncia ou tema "nobre" - religioso, histórico ou mitológico- farão sua aparição na arte nacional.

O primeiro diretor da academia foi Henrique José da Silva (1772-1834), natural de Portugal e bom pintor de retratos; português era também Simplício Rodrigues de Sá (?-1839), pintor de história e de gênero (Irmão Pedinte, Museu Nacional de Belas-Artes), que substituiu o anterior como professor de pintura histórica na Academia. Frutos do ensinamento acadêmico serão August Müller (1815-?), nascido na Alemanha, retratista, paisagista e pintor de história; José Correia de Lima (1814-57), pintor de história; Manuel de Araújo Porto Alegre, discípulo de Debret; acima de todos, Agostinho José da Mota (1824-78), paisagista e autor de Naturezas-Mortas. Outros pintores da primeira metade do século XIX são Manoel Joaquim de Melo Corte Real, Francisco de Sousa Lobo, José dos Reis Carvalho, Joaquim Inácio da Costa Miranda Júnior, Jean Léon Pallière, João Maximiano Mafra, Francisco Antônio Néri e muitos outros. Citem-se ainda numerosos artistas estrangeiros, ativos no Rio de Janeiro, em meados do Século: Claude-Joseph Barandier, Abraham Louis Buvelot, Ferdinand Krumholz, excepcional retratista, Alessandro Cicarelli, Jean-Baptiste Borely, Jules Le Chevrel, Nicolau Antônio Facchinetti, bom paisagista, Henri Nicolas Vinet, aluno de Corot, François-René e Louis-Auguste Moreaux, François-Auguste Biard, Augustus Earle e muitos outros. Mesmo Manet e Gauguin estiveram mais ou menos por essa época no Brasil.

à Segunda geração acadêmica, que desabrochou após 1850, pertencem alguns pintores mais importantes do Brasil, como Vítor Meireles de Lima, Pedro Américo de Figueiredo e Melo e João Zeferino da Costa, além de nomes de menor nomeada, como Antônio Araújo de Souza Lobo, Arsênio Cintra da Silva, Delfim da Cmara, Augusto Rodrigues Duarte, José Maria de Medeiros e Pedro José Pinto Peres.

Vítor Meireles de Lima, que se aperfeiçoou em Roma e Paris, foi pintor de batalhas e de história (Primeira missa no Brasil e Batalha dos Guararapes, Museu Nacional de Belas-Artes), seguro de desenho e de composição, embora frio colorista. Como professor, coube-lhe iniciar numerosos jovens, alguns transformados mais tarde em excelentes pintores.

Pedro Américo forma com Vítor Meireles o par de pintores mais conhecidos do Brasil Oitocentista. Sua arte é caracterizada por excelente desenho e elaborada composição, revelando-se porém fria e despida de emoção (Batalha do Avaí, A Carioca e Judite e Holofernes, Museu Nacional de Belas-Artes).

João Zeferino da Costa (1840-1915), bolsista em Roma (onde pintou suas obras mais célebres, O Óbolo da Viúva e A caridade, ambas no museu nacional de Belas-Artes), notabilizou-se como autor das decorações da Igreja da Candelária. Também professor, iniciou diversos artistas, como Batista da Costa, H Bernardelli e Castagneto, que formariam, ao lado de outros pintores, a terceira geração acadêmica, aquela que irá desabrochar em fins do século XIX e início do século XX.

Os principais expoentes dessa terceira geração acadêmica são:

José Ferraz de Almeida Júnior, se formalmente continua um acadêmico, foi um dos primeiros pintores brasileiros a consagrar em seus quadros uma temática nacional, tendo sido, por esse motivo, reivindicado pelos modernistas de 1922 como um precursor (Descanso do modelo e Caipiras Negaceando, Museu Nacional de Belas-Artes); a crítica o considera o primeiro realista brasileiro por essas obras de tema regionalista.

Décio Rodrigues Vilares (1851-1931), aluno de Cabanel em Paris, autor de retratos, alegorias e deliciosas paisagens de minúsculas dimensões; Rodolfo Amoedo, que estudou, sucessivamente, como Vítor Meireles, Cabanel, Baudry e Puvis de Chavannes, oscilou entre o Academicismo mais empedernido e o Romantismo tardio, deixando obras como A narração de Filetas e Marabá (Museu Nacional de Belas-Artes); Modesto Brocos y Gómez (1852-1936), nascido na Espanha, aluno de Vítor Meireles, e de Madrazo, em Madrid (Redenção de Cã, Engenho de Mandioca, Museu Nacional de Belas-Artes); Pedro Weingartner (1856-1916), autor do O baile da ilha Fiscal (Museu Histórico Nacional); Antônio Firmino Monteiro (1855-88), paisagista; Estevão Roberto da Silva (?-1891), pintor de naturezas mortas; Horácio Hora (1853-90), retratista e pintor de alegorias; Antônio Parreiras, paisagistas de méritos que estudou com o alemão Jorge Grimm (1846-87), o primeiro no Brasil a praticar a pintura ao ar livre; Belmiro Barbosa de Almeida (1858-1925), também escultor, que, radicado em Paris (onde faleceu), se aproximou, por vezes, do espírito do Impressionismo (Dame à la rose, Museu Nacional de Belas-Artes); Oscar Pereira da Silva (1867-1939), pintor de História que estudou em Paris com Gerôme e Bonnat; João Batista Castagneto, italiano chegado ao Brasil com três anos, aluno de Grimm e o melhor marinhista brasileiro do século XIX; João Batista da Costa (1863-1926), o primeiro a tratar a paisagem brasileira como um assunto autônomo, embora ainda preso a postulados acadêmicos; Henrique Bernadelli (1857-1936), pintor decorativista; Pedro Alexandrino Borges (1864-1942), autor de naturezas mortas; enfim, Eduardo de Sá, o paisagista Jerônimo José Teles Júnior, Benedito Calisto de Jesus, pintor de história e paisagista, Benno Treidler, Gustavo dall'Ara, Antônio Rafael Pinto Bandeira e outros.

O maior pintor brasileiro na passagem do século, na verdade um dos maiores de todos os tempos, foi Eliseu d'Angelo Visconti. Elo entre a pintura brasileira do século XIX e a do século XX, Visconti cultivou todos os gêneros, notabilizando-se como paisagista, retrativista e decorativista (Decorações do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Gioventù, no Museu Nacional de Belas-Artes). Algumas de suas últimas obras, como Revoada de Pombos (Museu Nacional de Belas-Artes), aproximam-no do Impressionismo quase abstrato, característico, também , da última maneira de Monet.

Outros artistas de inícios do século XX são Henrique Alvim Correia (1876-1910), pintor de batalhas e autor de figuras e cenas em que se revela um satanista à maneira de Félicien Rops; Helios Seelinger (1878-1965), que sentiu a influência do Simbolismo e do Art Noveau; Carlos Oswald (1882-1970), Rodolfo (1879-1967) e Carlos Chambelland (1884-1950), Eugênio Latour (1874-1942), Lucílio de Albuquerque (1877-1939), João (1879-1930) e Artur Timóteo da Costa (1882-1923), Augusto José Marques Júnior (1887-1962) e Henrique Cavaleiro (1892-?), alguns deles podendo, inclusive , se reclamados como precursores do Modernismo brasileiro.

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Fonte: Enciclopédia Barsa

.Em março de 1816 chegavam ao Brasil os artistas e artesãos que D. João VI contratara na França por sugestão do conde da Barra. A missão artística Francesa iria dar novos rumos à arte brasileira e tinha como principal objetivo a organização de uma escola de artes e ofícios no Rio de Janeiro. Os pintores. Os pintores que a integravam eram Nicolas Antoine Taunay, seu filho Félix Émile Taunay (1795-1981) e Jean Baptiste Debret. Dos três, Nicolas Antoine Taunay era o pintor mais importante, adepto do neoclassicismo de David, mas poderoso colorista, cujas paisagens do Rio de Janeiro (O morro de Santo Antônio, Museu nacional de Belas Artes) e retratos valem mais do que suas cenas de gênero e alegorias, cenas de batalhas e quadros bíblicos. Debret, discípulo de David, foi retratista e pintor da história de menor fôlego (Desembarque de D. Leopoldina, Museu Nacional), mas se notabilizaram pelas cenas e costumes brasileiros da Viagem Pitoresca e histórica ao Brasil (1834-39), que só encontraram paralelo nas estampas, no mesmo gênero, de Johann Moritz Rugendas, artista alemão ativo no Rio de Janeiro entre 1821 e 1835, autor da Viagem pitoresca através do Brasil. Félix Tunay, pintor de história e paisagista, teve maior importncia como diretor da Academia de Belas Artes (1834-51), na qual criou, em 1840, as exposições gerais anuais, a pinacoteca e, após 1845, os prêmios de viagem à Europa


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