A cooperação cultural limitou-se por razões óbvias, até 1974, aos acordos entre Portugal e o Brasil. Após a independência das restantes colónias, os novos países acabaram por chegar à conclusão que era preferível cooperar entre si do que se ignorem ou hostilizarem. A questão não foi e nem sido todavia tão simples. A longa história em comum entre povos tão diversos, se foi marcada por aspectos positivos, muitos houve que foram também condenáveis, como a escravatura.
A ideia de criar uma comunidade de países de língua portuguesa que privilegiasse a cooperação em diversas áreas entre os seus membros foi lançada em 1983 pelo ministro dos negócios estrangeiros português durante uma visita oficial a Cabo Verde. Seis anos mais tarde, no Brasil, o ministro da cultura braileira retomou-a e iniciou então um processo imparável. No dia 1 de Novembro de 1989, no Palácio dos Leões, em S. Luís do Maranhão, era criado formalmente um Instituto Internacional de Lingua Portuguesa. A criação oficial de uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi anunciada diverss vezes, sendo apenas concretizada no dia 16 de Julho de 1996, sendo o documento constitutivo assinado por José Henrique Cardoso (Brasil), Primeiro-Ministro de S. Tomé e Princípe), Joaquim Chissano (Moçambique),Aristides Maria Pereira (Cabo Verde), João Bernardo Vieira (Guiné-Bissau), Jorge Sampaio (Portugal) e José Eduardo dos Santos (Angola). Esta comunidade reuniu inicialmente 7 países, vindo mais tarde a juntar-se um novo país, Timor-Leste.
O primeiro secretário da CPLP foi Marcolino Mocco.
Organização
Esta organização é composta por uma direcção colectiva dividida em quatro órgãos:
Conferência dos Chefes de Estado e do Governo. É a autoridade máxima e define estratégias da organização,
Conselho de Ministros. Cabe-lhe a recomendação dos candidatos para o cargo de secretário executivo,
Comité de Concertação Permanente . Este orgão tem uma função fiscalizadora
Secretariado Executivo. É o representante da organização.
A subsistência da CPLP é assegurada através das quotas pagas pelos seus membros e contribuições voluntárias de entidades públicas e privadas.
Áreas de Cooperação
Político-diplomático Um dos aspectos mais relevantes, é a cooperação em termos de política externa, possibilitando uma actuação mais eficaz de cada país nas organizações internacionais onde estiver representado.
Cultura. Estes países partilham entre si não apenas uma língua, mas uma história em comum.Cultura, Educação, Formação Profissional são aspectos da maior relevncia nesta cooperação.
Economia.O objectivo, neste domínio, é potenciar as relações económicas entre os diferentes Estados, nomeadamente agilizando as trocas comerciais e fomentando os investimentos em sectores mais carenciados.
Carlos Fontes
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